Força de abdutores, ativação de glúteo médio e desempenho na caminhada como preditores da osteoartrite de quadril: um estudo observacional

Autores

  • CRISTIANE DE SOUSA MELO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)
  • EDUARDO AUGUSTO PEREIRA GOMES UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)
  • NATALIA BARBOSA TOSSINI UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)
  • GABRIELA SOUZA DE VASCONCELOS UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG)
  • LUIZ FERNANDO APPROBATO SELISTRE UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)
  • PAULA REGINA MENDES DA SILVA SERRÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: A osteoartrite de quadril (OAQ) é uma condição crônica e progressiva comum em indivíduos acima dos 40 anos, de ambos os sexos. Suas limitações impactam negativamente atividades diárias, interação social e qualidade de vida OBJETIVOS: Investigar a relação entre a redução da capacidade funcional, da força muscular dos abdutores do quadril (ABc) e da atividade elétrica do músculo glúteo médio (Gmed) em indivíduos com e sem OAQ. MÉTODOS: Foram incluídos indivíduos com diagnóstico de OAQ graus II e III, acima dos 40 anos, com dor no quadril acima de 4 na escala numérica de dor. Os indivíduos foram divididos em dois grupos: grupo OAQ (GOAQ) e o controle (GC), sem diagnóstico de OAQ. O estudo foi realizado no Departamento de Fisioterapia da UFSCar e recebeu aprovação no Comitê de Ética da mesma instituição (CAAE:08630819.5.0000.5504). A capacidade funcional foi avaliada pelo teste de caminhada rápida de 40 metros, a força muscular concêntrica dos ABc foi mensurada por dinamômetro isocinético (30°/s) e a atividade elétrica do Gmed foi avaliada por eletromiografia de superfície, com sinal processado em MatLab (filtragem passa-banda 20-400Hz, Butterworth 2ª ordem). A amplitude do sinal EMG foi calculada pela raiz quadrada da média dos quadrados. A análise estatística foi realizada no R (teste de Shapiro-Wilk para normalidade e Levene para homogeneidade). Dado a distribuição normal, um modelo de Regressão Logística Binomial (via Python) foi aplicado, tendo o grupo como variável dependente e caminhada, ABc e Gmed como independentes.   RESULTADOS: Participaram 64 indivíduos, sendo  32 sujeitos no GC (53,49 anos ±8,72) e 32 no GOAQ (56,28 anos ±8,71). O modelo de regressão logística foi estatisticamente significativo x2 (3)= 54.271, p = 0,0001). O modelo explicou 76,2% (Nagelkerke R2) da variância no Grupo e classificou corretamente 90.6% dos casos. A sensibilidade de 87.4%, a especificidade de 93.3%, valor preditivo positivo de 93.1% e valor preditivo negativo de 92.3%. O desempenho do modelo foi quantificado usando a métrica Area Under the Curve (AUC), que apresentou média de 0,949 e um intervalo de confiança de 95%[0,892, 0,996], sendo considerado um valor de AUC excelente, sobre as variáveis do modelo. Os resultados das variáveis do modelo de ABc (p=0,008,OddsRatio 0,621), Gmed (p=0,017, OddsRatio 1,009), e caminhada (p=0,000, OddsRatio 1,689) apresentam um OddsRatio < 1, ou seja, quanto menor a força muscular, menor a atividade elétrica e maior o tempo para executar a caminhada, maior será o fator de exposição. CONCLUSÕES: Podemos inferir que a presença de OA diferenciou os sujeitos com OAQ dos sem OA, por apresentarem menor capacidade funcional, acompanhado de redução da força muscular abdutores e menor recrutamento muscular do glúteo médio. IMPLICAÇÕES: Os resultados mostram que é indispensável a avaliação de força muscular e da capacidade funcional no manejo clínico de indivíduos com OAQ.

Publicado

2025-09-11

Como Citar

DE SOUSA MELO, C., PEREIRA GOMES, E. A., BARBOSA TOSSINI, N., SOUZA DE VASCONCELOS, G., APPROBATO SELISTRE, L. F., & MENDES DA SILVA SERRÃO, P. R. (2025). Força de abdutores, ativação de glúteo médio e desempenho na caminhada como preditores da osteoartrite de quadril: um estudo observacional. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2759