Relação entre Percepção de Sono e Lesões Musculoesqueléticas em Jogadores de Futebol Profissional: Um Estudo no Campeonato Gaúcho de 2025
Resumo
CONTEXTUALIZAÇÃO: O futebol, principalmente quando em nível profissional, exige uma considerável demanda física de diversos sistemas do corpo. Portanto, uma boa qualidade de sono é essencial para a manutenção da saúde, a fim de reduzir sobrecargas neuromusculoesqueléticas e sensação de fadiga, que, em excesso, podem levar, sobretudo, ao aumento do risco de lesões e, assim, queda de performance. A análise da percepção qualitativa do sono é essencial para possibilitar estabelecer relações com as lesões musculoesqueléticas e, então, obter um entendimento superior sobre o quadro de saúde global do atleta e possíveis estratégias de intervenção, seja de prevenção ou reabilitação. OBJETIVOS: Analisar a relação de percepção de qualidade do sono e a ocorrência ou não de lesões musculoesqueléticas em jogadores de futebol profissional em uma equipe do Campeonato Gaúcho de 2025, objetivando compreender como a qualidade de descanso pode influenciar e se relacionar com a presença de disfunções. MÉTODOS: O presente estudo consiste num estudo transversal, onde foi aplicado um questionário anônimo ao final de temporada, de forma remota, em um clube que disputou o Campeonato Gaúcho de 2025. Foram contemplados 22 atletas, designados em grupo “lesionados” (que tenham se afastado por mais de 3 dias pela disfunção) ou “não lesionados”. Foi coletado, também, a classificação da lesão de cada jogador quanto ao tipo. O questionamento sobre sono consistiu em: "Em média, como você avalia a qualidade do seu sono na temporada?" e as possíveis respostas seguiram a padronização da Escala de Likert. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pelotas, sob protocolo 2.733.531. RESULTADOS: O grupo de desportistas não lesionados totalizou a quantidade de 8. Já os jogadores que sofreram lesão contabilizaram 14 e possuíam as seguintes lesões e respectivas frequências, “Estiramento Muscular” (7), “Contusão” (2), “Lesão Osteocondral” (1), “Rompimento ligamentar” (2), “Fratura” (1) e “Luxação” (1). Em relação aos dados obtidos para a questão de qualidade média de sono na temporada, os valores obtidos para os não lesionados foi: “ruim” (12,5%), “regular” (12,5%) e “boa” e “muito boa” (75%), e, para o grupo que sofreu lesões, “ruim” (7%), “regular” (50%) e “boa” e “muito boa” (42%). CONCLUSÕES: A percepção de qualidade média do sono entre a maioria dos não lesionados foi considerada “boa” ou “muito boa”, superando o grupo de lesionados que, em contrapartida, foi constatado predominantemente regular, evidenciando que, os jogadores que sofreram lesões obtiveram uma tendência negativa quanto a essa variável, possivelmente devido ao desconforto físico gerado pelo nível de irritabilidade tecidual (causando dor), recuperação prejudicada e fatores psicossociais, como a mudança repentina nas atividades diárias e profissionais. IMPLICAÇÕES: O estudo permite compreender a importância de uma monitorização do sono e como essa variável se relaciona com as disfunções musculoesqueléticas. O sono e lesões devem ser consideradas para elaboração de estratégias que auxiliem no controle e melhora de performance ou em processos de reabilitação e prevenção de atletas profissionais, reduzindo risco de sobrecargas, dores e novas lesões, além de possibilitar uma abordagem mais personalizada.Publicado
2025-09-11
Como Citar
GRASSI FEHLBERG, R., & DIAS FERREIRA, G. (2025). Relação entre Percepção de Sono e Lesões Musculoesqueléticas em Jogadores de Futebol Profissional: Um Estudo no Campeonato Gaúcho de 2025. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2761
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Seção
Resumo