Análise comparativa da mobilidade do tornozelo e quadril entre jogadores de futsal masculino e feminino

Autores

  • RAFAELA BERNARDI CAMPOS UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM)

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: A avaliação da mobilidade articular é um dos fatores para o desenvolvimento de lesões. A amplitude de movimento (ADM) de rotação interna do quadril abaixo de 30 graus e a rotação externa abaixo de 40 graus estão associadas a um maior risco de lesões em atletas. Já na dorsiflexão de tornozelo, considera-se valores ideais acima de 10 cm na distância hálux-parede. A mobilidade dessas articulações é essencial para esportes como o futsal, onde lesões são frequentes em membros inferiores em ambos os sexos. OBJETIVOS: Verificar se há diferença na ADM de tornozelo e quadril em atletas de futsal masculino e feminino. MÉTODOS: Dezoito atletas de futsal masculino (Masc, 22±4,4 anos, 80,9±13,9 kg, 176,2±5,3 cm) e treze atletas de futsal feminino (Fem, 23±5,5 anos, 70±13,1 kg, 164,1±5,22 cm) realizaram a dorsiflexão em cadeia cinética fechada (Lunge, cm) e ADM de rotação interna e externa do quadril (inclinômetro digital Lafayette, graus) nos membros dominante (Dom) e não dominante (NDom). Para o teste Lunge, o pé foi posicionado a 10 cm da parede e o atleta tocava a parede com o joelho mantendo o calcanhar no chão, ajustando a distância se necessário. Para rotação do quadril, os atletas foram avaliados em decúbito ventral, joelho a 90° de flexão e o inclinômetro posicionado na tuberosidade anterior da tíbia. O teste foi realizado de modo passivo por um avaliador, enquanto outro avaliador estabilizava a pelve. Os valores máximos foram registrados e comparados entre os grupos pelo teste t-independente. Aprovação ética: CAAE 62573722.0.0000.5346. RESULTADOS: As atletas Fem apresentaram menor estatura (p<0,001) e massa corporal (p=0,037) quando comparados aos Masc. Não houve diferença significativa nos valores de Lunge entre os grupos (Fem Dom 9,3 ± 3,5cm; e Masc Dom 8,8 ± 2,6 cm; p=;0,682; Fem NDom 8,5 ± 2,3 cm e Masc NDom 8,6 ± 3,5 cm e p=0,922). CONCLUSÕES: Não foram observadas diferenças significativas na ADM de quadril e tornozelo entre os sexos. No entanto, os valores do tornozelo indicam um risco de lesão pela diminuição da amplitude de dorsiflexão. O mesmo foi observado na amplitude de rotação interna (Fem Dom 38,5 ± 9,3° e Masc Dom 34,1 ± 9,39°, p=0,211; Fem NDom 34,6 ± 8,8° e Masc NDom 34,1 ± 10,04°, p=0,887) e externa (Fem Dom 45,5 ± 8,22° e Masc Dom 46,5 ± 8,18°, p=0,744; Fem NDom 46,3 ± 11,5 e Masc NDom 847,7 ± 7,45°, p=0,697). CONCLUSÕES: Não foram observadas diferenças significativas na ADM de quadril e tornozelo entre os sexos. No entanto, os valores do tornozelo indicam um risco de lesão pela diminuição da amplitude de dorsiflexão. IMPLICAÇÕES: Embora as lesões sejam multifatoriais, a identificação de fatores de risco para lesões permite a implementação de intervenções preventivas direcionadas para otimização do desempenho e da saúde dos atletas.   

Publicado

2025-09-11

Como Citar

BERNARDI CAMPOS, R. (2025). Análise comparativa da mobilidade do tornozelo e quadril entre jogadores de futsal masculino e feminino. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2765