REABILITAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS QUE TRABALHARAM NA RECUPERAÇÃO DE ARQUIVOS NAS ENCHENTES DO RIO GRANDE DO SUL
Resumo
CONTEXTUALIZAÇÃO: Nos meses de abril e maio do ano de 2024, o estado do Rio Grande Do Sul foi devastado pelas intensas chuvas às quais provocaram enchentes de grandes proporções. Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) a água inundou o andar subsolo do prédio da reitoria, no qual funcionava o Departamento de Arquivologia Geral (DAG). Na tentativa de salvar os arquivos da Instituição, foi realizada uma força tarefa para secagem e restauração dos materiais danificados que permanece até hoje. OBJETIVOS: relatar o trabalho de atendimento da reabilitação na equipe de linha de frente atuante na recuperação do arquivo da UFSM e de outras instituições. MÉTODOS: No período de maio a julho de 2024 foram realizados atendimentos no espaço disponibilizado junto ao setor de recuperação de acervo no Centro de Convenções da UFSM. No local, foram colocadas 7 macas para atendimentos, além de equipamentos de eletrofototerapia e resistências elásticas. Dez voluntários entre alunos e docentes se realizavam recovery e reabilitação dos voluntários no final da manhã ou do período da tarde, considerando que eles realizavam trabalhos braçais não habituais durante 8 horas diárias. Número de aprovação no comitê de ética: CAAE - 65407917.0.0000.5346 RESULTADOS: Uma linha de produção foi montada para retirada dos documentos da área alagada (12.214 caixas de arquivo, sendo 10.864 molhadas pela enxurrada), transporte do arquivo em caixas plásticas estilo feira, e distribuição dos mesmos no chão de um salão para posterior ensacamento em larga escala. A linha de produção envolvia a identificação e separação dos documentos, ensacamento dos documentos, remoção de ar, fechamento e selagem do saco, identificação e rotulagem, para posterior congelamento dos materiais. Essas atividades foram realizadas pelos voluntários sentados em bancos altos de madeira, em pé ou mesmo com carregamento das caixas para as bancadas. No período de atuação, foram atendidos 87 funcionários do DAG, terceirizados, bolsistas e voluntários. Foram realizados mais de 100 atendimentos, sendo 70% deles com queixas na coluna lombar e cervical , bem como queixas no joelho (9,2%), epicondilites de cotovelo e Síndrome do Túnel do Carpo (11,5%), dores em ombro (8,1%) e dores em tórax (4,6%). Muitas dessas queixas eram de recidivas de dores crônicas, outras de sobrecarga pelo novo tipo de trabalho realizado. Os atendimentos CONCLUSÕES: Atividades não usuais braçais e por longos períodos em voluntários da recuperação de acervos pós enchente colaboraram para cronificação e novas queixas musculoesqueléticas. A reabilitação para auxílio no efeito imediato de recuperação após trabalhos não usuais pode ser uma estratégia a ser utilizada em voluntários, considerando a necessidade contínua e ininterrupta nos dias após desastre natural. IMPLICAÇÕES: Intervenções de recuperação com reabilitação após trabalho não usual e braçal demonstram outra possibilidade de atuação de voluntários da saúde na linha de frente da recuperação de catástrofes naturais.Publicado
2025-09-11
Como Citar
GELAIN, L., FRANCESCA PENZ, A., DOS SANTOS DE SOUZA, G., TORETI DIAS, G., KEMMEL ZANELLA, A., FOLETTO PIVETTA, H. M., & FORGIARINI SACCOL, M. (2025). REABILITAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS QUE TRABALHARAM NA RECUPERAÇÃO DE ARQUIVOS NAS ENCHENTES DO RIO GRANDE DO SUL. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2768
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Resumo