Identificação dos Músculos mais Ativados e Movimentos mais Investigados nos Ombros e Cintura Escapular de Atletas Overhead

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: Atletas que praticam esportes overhead realizam movimentos repetitivos e de ampla amplitude com os membros superiores, exigindo elevado controle sensoriomotor, força muscular e estabilidade do complexo do ombro. A sobrecarga biomecânica associada a essas atividades aumenta o risco de lesões articulares e musculares. A eletromiografia (EMG) é amplamente utilizada para investigar a ativação muscular nesses atletas, porém ainda não está claro quais músculos e movimentos articulares são mais frequentemente analisados nos estudos disponíveis. OBJETIVOS: Mapear, por meio de uma revisão sistemática, os músculos do ombro e da escápula mais comumente avaliados em atletas overhead, bem como os movimentos articulares mais investigados nas análises eletromiográficas. MÉTODOS: Foram incluídos estudos observacionais transversais que investigaram a EMG de músculos escapulotorácicos e do ombro em atletas overhead, independentemente de sexo, idade ou nível competitivo. As buscas foram realizadas nas bases PubMed, MEDLINE, Embase, Scielo, CINAHL, SPORTDiscus e Cochrane CENTRAL. Dois revisores independentes selecionaram os estudos e extraíram os dados. As informações coletadas incluíram: músculo avaliado, tipo de contração muscular (isométrica ou isotônica), movimento articular analisado, tarefa executada, tipo de eletrodo e técnica de EMG. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada por meio da ferramenta do Joanna Briggs Institute (JBI). RESULTADOS: Dos 2.101 artigos identificados, 40 preencheram os critérios de inclusão. Os músculos mais frequentemente avaliados foram o peitoral maior (n = 23), o trapézio superior (n = 17) e o latíssimo do dorso (n = 17). Os movimentos articulares mais analisados foram flexão e extensão do ombro, com destaque para a natação como modalidade predominante (citada em 22 estudos). A maioria dos estudos utilizou eletromiografia de superfície e priorizou contrações isotônicas. Movimentos como rotação e abdução foram menos representados nas análises. CONCLUSÕES: Observou-se maior frequência de análise do peitoral maior, trapézio superior e latíssimo do dorso, com predominância dos movimentos de flexão e extensão do ombro. Esses achados contribuem para direcionar futuras avaliações e intervenções fisioterapêuticas nessa população. IMPLICAÇÕES: Identificar essas tendências pode orientar avaliações clínicas mais precisas e embasar estratégias de prevenção e reabilitação direcionadas.