EFEITO DO CICLO MENSTRUAL NA FORÇA MUSCULAR ISOMÉTRICA DE EXTENSORES DE JOELHO EM MULHERES ADULTAS SAUDÁVEIS

Autores

  • ANNA JÚLIA BALDISSERA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC)
  • LAURA BORTOLOZZO LEITÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC)
  • JANEISA FRANCK VIRTUOSO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC)
  • LYNCON LIMA DE SOUZA SILVA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC)
  • ALESSANDRO HAUPENTHAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC)

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: O ciclo menstrual é caracterizado por variações nas concentrações de hormônios sexuais femininos, como estrogênio, progesterona, hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH). Essas flutuações diferem as fases do ciclo - folicular, ovulatória e lútea - e podem influenciar o desempenho do músculo esquelético. Contudo, a literatura científica apresenta resultados divergentes sobre a influência dessas fases na força muscular. OBJETIVOS: Investigar os efeitos do ciclo menstrual sobre a força muscular isométrica de extensores de joelho em mulheres adultas saudáveis.  MÉTODOS: Estudo observacional prospectivo com mulheres entre 18 e 49 anos, com o ciclo menstrual regular e que não faziam uso de anticoncepcionais há pelo menos 4 meses. A força muscular isométrica dos extensores de joelho foi avaliada em três fases do ciclo: folicular (1° ou 2° dia da menstruação), ovulatória (14° dia após o início do ciclo) e lútea (1 a 2 dias antes da menstruação). Utilizou-se um dinamômetro manual (Medeor Medtech) para mensurar a força isométrica máxima. As participantes realizaram uma repetição de familiarização, seguida de três contrações máximas de 5 segundos, com intervalo de 30 segundos entre elas. Se a última repetição ultrapassasse 10% da penúltima, uma quarta tentativa era realizada. As avaliações foram feitas com o indivíduo em sedestação, com quadril e joelhos a 90° graus, utilizando cintas estabilizadoras para evitar compensações. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFSC  (protocolo n° 70309123.6.0000.0121). A análise estatística foi feita por meio de ANOVA para medidas repetidas. Nível significância de p < 0.05. RESULTADOS: Participaram do estudo 30 voluntárias (22,3±3.61 anos, 64.1±12.2kg e 1.63±0,05m). Para a extensão do joelho direito, as médias de força foram: 30.9±10.15 kgf (fase folicular), 32.5±9.91 kgf (fase ovulatória) e 31.1±8.77 kgf (fase lútea). Para a extensão do joelho esquerdo: 30.1±9.24 kgf (fase folicular), 31.6±8.19 kgf (fase ovulatória) e 30.8±9.05 kgf (fase lútea). Não houve diferença estatisticamente significativa entre as fases do ciclo p = 0.908. CONCLUSÕES: As variações hormonais ao longo do ciclo menstrual não demonstraram influência significativa sobre a força muscular isométrica dos extensores de joelho em mulheres adultas saudáveis.  IMPLICAÇÕES: Apesar dos resultados sugerirem estabilidade da força muscular entre as fases do ciclo, é importante destacar que mais estudos são necessários para confirmar esse achados. Recomenda-se uma abordagem individualizada na prescrição de cargas, considerando a percepção de cada mulher e possíveis variações subjetivas de desempenho ao longo do ciclo. 

Publicado

2025-09-11

Como Citar

BALDISSERA, A. J., BORTOLOZZO LEITÃO, L., FRANCK VIRTUOSO, J., LIMA DE SOUZA SILVA, L., & HAUPENTHAL, A. (2025). EFEITO DO CICLO MENSTRUAL NA FORÇA MUSCULAR ISOMÉTRICA DE EXTENSORES DE JOELHO EM MULHERES ADULTAS SAUDÁVEIS. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2778