DOENÇAS OSTEOMUSCULARES E CONDIÇÕES ERGONÔMICAS: UMA ANÁLISE NO CONTEXTO DE TRABALHADORES USUÁRIOS DE TERMINAIS DE COMPUTADOR

Autores

  • PATRÍCIA VAZ FRANÇA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG)
  • ZÍNGARAH MÁJORY TÔRRES DE ARRUDA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG)
  • AMANDA FERNANDES ALVES ROSAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG)
  • RUTH LOSADA DE MENEZES UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG)

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: As Lesões por Esforço Repetitivo/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT) figuram entre as principais causas de incapacidade laboral no Brasil. Em especial, trabalhadores que utilizam terminais de computador estão expostos a condições ergonômicas que impactam diretamente sua saúde e qualidade de vida. A permanência prolongada em posturas estáticas, aliada à execução de tarefas repetitivas e monótonas, contribui para o surgimento de queixas musculoesqueléticas, como dor e desconforto. OBJETIVOS: Investigar a ocorrência de doenças osteomusculares em trabalhadores que utilizam computadores, considerando as condições ergonômicas do ambiente de trabalho. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, conduzido entre outubro de 2023 e maio de 2024, em uma instituição administrativa da região centro-oeste do Brasil, parecer CEP nº 6.177.000. (CAAE 69941723.7.0000.5078). Foram coletadas informações pessoais e ocupacionais por meio de um questionário sociodemográfico elaborado pelos autores. Os participantes relataram a presença de dor e/ou desconforto musculoesquelético, além de avaliarem subjetivamente suas condições de trabalho. Os dados foram analisados por estatística descritiva pelo software Microsoft Excel® 2013, com apresentação de frequências absolutas e relativas. RESULTADOS: Participaram do estudo 209 trabalhadores com idade média de 37,3 anos (± 11,2), todos usuários de computador com jornada de trabalho entre 4 e 8 horas diárias. Do total, 119 (56,9%) se identificaram como do sexo feminino e 90 (43,1%) como do sexo masculino. Vinte e três participantes (11%) relataram diagnóstico prévio de doenças osteomusculares, sendo as mais citadas: artrose (n=7), hérnia de disco (n=6), tendinopatia (n=4), escoliose (n=2) e outras (n=4). Apenas sete desses trabalhadores (30,4%) atribuíram a condição à atividade ocupacional. Outros três colaboradores, que inicialmente não mencionaram doenças osteomusculares, relataram posteriormente “tendinite” e “LER” como condições relacionadas ao trabalho. Quanto à autoavaliação das condições ergonômicas, 151 (72,2%) consideraram-nas boas, 52 (24,9%) ruins, 4 (1,9%) medianas, e 2 não responderam. CONCLUSÕES: A insatisfação com as condições ergonômicas superou o número de diagnósticos osteomusculares relatados, indicando que fatores diversos podem contribuir para o desconforto relatado. Ainda assim, a presença de doenças osteomusculares em mais de 10% da amostra reforça a necessidade de avaliações ergonômicas sistemáticas, voltadas à identificação e redução de riscos ocupacionais à saúde. IMPLICAÇÕES: Os achados deste estudo contribuem para o planejamento de ações institucionais e políticas públicas voltadas à prevenção de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Além disto, o autorrelato dos trabalhadores destaca a importância da escuta ativa por parte da gestão institucional, permitindo intervenções adequadas no ambiente de trabalho com foco em ergonomia, conforto e bem-estar.

Publicado

2025-09-11

Como Citar

VAZ FRANÇA, P., MÁJORY TÔRRES DE ARRUDA, Z., FERNANDES ALVES ROSAL, A., & LOSADA DE MENEZES, R. (2025). DOENÇAS OSTEOMUSCULARES E CONDIÇÕES ERGONÔMICAS: UMA ANÁLISE NO CONTEXTO DE TRABALHADORES USUÁRIOS DE TERMINAIS DE COMPUTADOR. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2779