ESTADO FUNCIONAL DO QUADRIL EM IDOSOS SEIS MESES APÓS CIRURGIA POR FRATURA: ESTUDO TRANSVERSAL ANALÍTICO

Autores

  • PATRÍCIA VAZ FRANÇA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG)
  • PEDRO HENRIQUE COIMBRA DE OLIVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG)
  • LORENZO FAGOTTI UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB)
  • DARLAN MARTINS RIBEIRO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB)
  • MURIELLE CELESTINO DA COSTA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG)
  • KATARINE SOUZA COSTA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG)
  • RUTH LOSADA DE MENEZES UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG)

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: As fraturas de quadril em idosos acarretam perdas funcionais significativas, sendo a cirurgia uma intervenção frequentemente indicada. A elevada prevalência de doenças crônicas degenerativas e o risco aumentado de quedas contribuem para a ocorrência dessas fraturas, especialmente do colo femoral. OBJETIVOS: Analisar a associação entre variáveis sociodemográficas, clínicas e o estado funcional do quadril de idosos seis meses após cirurgia por fratura. MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional analítico de corte transversal, realizado com 63 idosos submetidos a cirurgia por fratura de quadril decorrente de queda, entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, parecer CEP nº 5.312.883. A avaliação foi realizada seis meses após a cirurgia, por meio de aplicação do Harris Hip Score (HHS), que avalia o estado funcional da articulação coxofemoral (unilateral), com pontuação máxima de 100 pontos indicando melhor funcionalidade. Os dados sociodemográficos (idade, sexo, escolaridade) foram coletados por meio de entrevista estruturada. O nível de atividade física foi avaliado pelo International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), e a ocorrência de quedas após a cirurgia foi autorreferida. Para análise estatística, utilizaram-se os testes de Spearman, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, adotando-se nível de significância de 5%. RESULTADOS: Entre os participantes, 66,7% eram mulheres, com média etária de 77,1 anos (DP = 7,69). A maioria apresentava baixa escolaridade (<1 ano de estudo; 64,4%) e baixo nível de atividade física (77,6%). Novas quedas foram relatadas por 15,3%. A média do HHS foi de 69,3 pontos (DP = 13,5), classificada como funcionalidade ruim. Houve correlação negativa fraca, porém significativa, entre HHS e idade (r = -0,330; p = 0,012), indicando pior funcionalidade com o avanço da idade. Não foram observadas associações estatisticamente significativas entre HHS e sexo (p = 0,072), escolaridade (p = 0,390), nível de atividade física (p = 0,101) ou ocorrência de novas quedas (p = 0,145). Contudo, os idosos que relataram quedas apresentaram média inferior no HHS (63,6; DP = 12,3), sugerindo impacto clínico relevante. CONCLUSÕES: Seis meses após a cirurgia e a reabilitação fisioterapêutica, o estado funcional do quadril mostrou-se pior entre os idosos mais velhos. Sexo, escolaridade, nível de atividade física e novas quedas não apresentaram associações estatisticamente significativas com a funcionalidade, embora os dados sugiram possíveis tendências. Os achados reforçam a relevância de fatores associados ao envelhecimento no processo de recuperação funcional e evidenciam a necessidade de novos estudos para aprofundar a compreensão dos determinantes dessa evolução. IMPLICAÇÕES: Os resultados indicam que o envelhecimento influencia negativamente a recuperação funcional do quadril após fratura e cirurgia, destacando a necessidade de protocolos de reabilitação individualizados e intensivos para idosos mais velhos. A ausência de associação significativa com outras variáveis analisadas reforça a importância de explorar fatores adicionais que possam afetar a funcionalidade no pós-operatório.

Publicado

2025-09-11

Como Citar

VAZ FRANÇA, P., COIMBRA DE OLIVEIRA, P. H., FAGOTTI, L., MARTINS RIBEIRO, D., CELESTINO DA COSTA, M., SOUZA COSTA, K., & LOSADA DE MENEZES, R. (2025). ESTADO FUNCIONAL DO QUADRIL EM IDOSOS SEIS MESES APÓS CIRURGIA POR FRATURA: ESTUDO TRANSVERSAL ANALÍTICO. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2781