Existe correlação entre testes funcionais e o questionário Lequesne em indivíduos com osteoartrite grave de quadril?
Resumo
CONTEXTUALIZAÇÃO: A osteoartrite de quadril acomete milhões de pessoas em todo o mundo e afeta a capacidade de realizar as atividades de vida diária, trabalhar e atividades sociais. Para quantificar o impacto desta doença, é importante a avaliação da capacidade funcional por meio de testes e questionários de forma otimizada, rápida e de baixo custo, já que esta população está com a função extremamente comprometida. OBJETIVOS: Avaliar a correlação entre os testes funcionais TUG, STS e o questionário Lequesne em pacientes com osteoartrite grave de quadril. MÉTODOS: Trata-se de estudo observacional transversal realizado de 2020 a 2024. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da instituição (parecer 4.224.469). Foram incluídos 34 participantes com osteoartrite grave de quadril, 20 homens e 14 mulheres, idade de 64,1 (7,32) anos. Para avaliação foram utilizados: O questionário Lequesne, e os testes funcionais TUG e STS. As correlações foram estabelecidas pelo teste de correlação de Spearman, e considerado correlação insignificante (p<0,30), baixa (p=0,30 a 0,49), moderada (p= 0,50 a 0,69), alta (p= 0,70 a 0,90) e muito alta (p>0,90). Quando foi estabelecida correlação alta e significativa aplicou-se a análise de regressão linear para estabelecer se o TUG prediz o teste STS e se o questionário Lequesne prediz o teste STS. Todos os dados foram analisados por meio do Statistical Package for the Social Sciences (SPSS®) 21.0. RESULTADOS: As análises estabeleceram 17,17 (±3,28) pontos no Lequesne, TUG de 20,50 (15,00;30,25) segundos e STS com 30,50 (21,75;39,25) segundos. O TUG estabeleceu correlação moderada com o STS (rho=0,564; P<0,001), entretanto as correlações com as outras variáveis foram fracas (rho<0,30). A regressão linear simples mostrou que os resultados do TUG prevê 14% do STS [F(1,32) = 5,595, p<0,024, R2 =0,149)]. Ainda, o questionário de capacidade funcional Lequesne apresentou correlação moderada e significativa com STS (rho=0,429; P=0,011). A regressão linear simples mostrou que os resultados do Lequesne prevê apenas 10% do STS [F(1,32) = 3,636, p<0,066, R2 =0,102)]. CONCLUSÕES: Pode-se concluir que o TUG não prevê o teste STS e o questionário Lequesne não prevê o STS. Assim, é importante que o fisioterapeuta utilize as três ferramentas durante a avaliação do paciente com osteoartrite de quadril “grave”. IMPLICAÇÕES: O trabalho apresenta resultados sobre a população com osteoartrite grave de quadril e aponta que o questionário Lequesne e os testes TUG e STS devem ser aplicados para avaliar, respectivamente, a capacidade funcional, o risco de quedas e a força dos membros inferiores. Estes resultados são importantes para direcionar o plano de tratamento do fisioterapeuta, na busca de melhores resultados.
