COMPARAÇÃO DA PRESSÃO PODAL E DA CINEMÁTICA ARTICULAR DO MEMBRO INFERIOR ENTRE CORREDORES DE LONGAS DISTÂNCIAS COM E SEM A SÍNDROME DA BANDA ILIOTIBIAL
Abstract
INTRODUÇÃO: A Síndrome da Banda Iliotibial (SBIT) é relatada como a segunda maior causa de lesão em corredores. Apesar de inúmeros estudos terem analisado a patobiomecânica da SBIT, existem lacunas sobre a implicância dessa Síndrome na estabilização articular dos membros inferiores (MMII). OBJETIVO: Comparar as alterações das pressões podais e da cinematica articular dos MMII entre corredores de longas distâncias com e sem a SBIT. MÉTODOS: Estudo observacional analítico, de carater transversal com 32 corredores (22 homens e 10 mulheres) divididos em dois grupos: com SBIT - Grupo Experimental (GE=17) e sem SBIT – Grupo Controle (GC=15). Os participantes selecionados foram: homens e mulheres entre 18 e 65 anos; praticantes de corrida no mínimo 12 meses e volume de treino de no mínimo 15 quilometros, semanalmente. Os instrumentos utilizados foram: questionario semi- estruturado (variaveis demograficas e clínicas), esteira baropodométrica (pressão podal) e um sistema de analise de movimento bidimensional (cinematica articular do membro inferior). A analise cinematica da corrida foi realizada numa esteira elétrica, na velocidade de 8 km/h. Os dados baropodométricos e cinematicos apresentados são referentes: GE (membro inferior com SBIT) e GC (membro inferior dominante). A normalidade dos dados foi verificada por meio do teste Shapiro-Wilks. Para comparação das variaveis baropodométricas e cinematicas intergrupos foram utilizados o teste de Mann-Whitney e o teste t de Student para amostras independentes, tendo sido adotada significância de 5%. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número de Parecer 2.005.880. RESULTADOS: Na amostra total, a idade média foi de 41,09,23 anos e 68,7% eram homens. Não foram observadas diferenças significativas intergrupos para as variaveis: pressão podal dos MMII (p>0,546), flexão do joelho (p=0,650) e queda da pelve (p=0,669). Houve diferença significativa no valgo dinâmico do joelho [p<0,05] 0,0001; IC 95% (-41,26 a -25,99)], onde os valores encontrados no GC (-1,56 ±12,67) e no GE (32,07±5,86). CONCLUSÃO: Corredores com SBIT apresentaram aumento do valgo dinâmico, porém não foi observado alterações quanto as pressões podais. A implicação clínica desses achados sugerem que a intervenção fisioterapêutica inclua exercícios terapêuticos e educativos cuja a finalidade seja reduzir o valgo dinâmico de joelho durante o gesto desportivo.