CONFIABILIDADE TESTE-RETESTE DA VERSÃO BRASILEIRA DO QUICK- DASH EM PACIENTES COM DESORDENS DO MEMBRO SUPERIOR
Abstract
Introdução: Tradicionalmente, as avaliações clínicas são baseadas na coleta de dados objetivos, entre os quais, os questionarios de autorelato (Skirven et al., 2011), como o Quick-DASH, um questionario específico e autoaplicavel, que avalia o grau de sintoma e disfunção de pacientes com varias desordens do membro superior (Beaton et al., 2005). Objetivos: O Quick-DASH ja é traduzido para o Brasil, porém não foi analisado quanto à sua confiabilidade. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi conduzir a analise da confiabilidade teste-reteste da versão brasileira do Quick-DASH. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, observacional e prospectivo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, pelo parecer nº 1.076.569, em 21/05/2015. Cem pacientes (média de idade: 44,7; ± 16,01) foram orientados a responder o Quick-DASH em duas oportunidades, com intervalo de 42-72 horas. Os critérios de inclusão foram: pacientes de ambos os sexos, idade maior ou igual a 18 anos, diagnóstico clínico e/ou disfunção do membro superior devido a causas musculoesqueléticas, liberado para usar o membro afetado ha pelo menos uma semana após imobilização ou restrição ao uso devido a dor e habilidade cognitiva para entender as instruções escritas. Os critérios de exclusão foram: desordem neurológica do sistema nervoso central e deficiência visual. O Quick-DASH consiste de 11 itens, divididos em sintomas e disfunção do membro superior. Analise estatística foi realizada usando SPSS versão 20® para a determinação da confiabilidade testereteste, por meio do coeficiente de correlação intraclasse (ICC). A interpretação do valor do ICC foi realizada baseando-se na classificação de Fleiss et. al., 2013, na qual um ICC menor que 0,40 é considerado uma pobre confiabilidade, entre 0,40 e 0,75 confiabilidade moderada, e acima de 0,75 confiabilidade excelente. O intervalo de confiança (IC) foi de 95%. Resultados: Dos pacientes selecionados, apenas 79 (42 homens; 37 mulheres; média de idade 45,17, ± 16,03) completaram o Quick-DASH nas duas oportunidades. O valor de ICC encontrado foi 0,89, indicando uma confiabilidade excelente, conforme a classificação de Fleiss et. al., 2013. Conclusão: A versão brasileira do Quick-DASH mostrou excelente confiabilidade para avaliar pacientes com desordens do membro superior e pode ser considerada confiavel para a amostra estudada.