BIOMECÂNICA DO PLANO FRONTAL EM INDIVÍDUOS COM E SEM OSTEOARTRITE PATELOFEMORAL ISOLADA: ESTUDO PILOTO

Abstract

Objetivo: Comparar o torque abdutor excêntrico do quadril e a cinemática do quadril e joelho, no plano frontal, durante o agachamento unipodal entre indivíduos com osteoartrite patelofemoral isolada (GOAPF) e indivíduos sadios (GC). Materiais e Método: Trata-se de um estudo transversal. O pico torque abdutor excêntrico do quadril foi avaliado por meio de um dinamômetro isocinético (Biodex Multi-Joint System 3). A análise cinemática foi realizada durante agachamento unipodal, considerando os ângulos de adução do quadril (ADD) e abdução do joelho (ABDJ) à 60º de flexão do joelho. Os dados foram analisados descritivamente. Projeto aprovado pelo CEP – UFSCar (CAAE 96324918.4.0000.5504, parecer 2.956.329). Resultado: Foram incluídos 8 participantes: 4 no GC (idade: 49,5±4,5 anos; IMC 25,5± 2,8 kg/m²; torque 161,2 Nm; ADD 7,65°; ABDJ 14,15°) e 4 no GOAPF (idade 52±5,5 anos; IMC 27,1±2,8 kg/m²; torque 127,7 Nm; ADD 12,08°; ABDJ 23,60°). Indivíduos com OAPF têm 21% menos torque abdutor excêntrico do quadril. Além disso, apresentam maiores ângulos de ADD e ABDJ (57,9% e 66,8% a mais que GC, respectivamente). Conclusão:  Sujeitos com OAPF apresentam menos força em relação aos músculos abdutores do quadril e apresentam maior ADD e ABDJ. Assim, suspeita-se que a fraqueza dessa musculatura possa influenciar em excessiva ADD e, consequentemente, maior ABDJ. Um aumento do valgo dinâmico resulta em aumento do ângulo Q e, consequentemente, aumento das forças lateralizantes que agem sobre a patela, provocando maior estresse na articulação patelofemoral lateral, podendo contribuir para progressão da doença. Portanto, se faz necessário o fortalecimento dos músculos abdutores do quadril.