DESVENDANDO O ENIGMA: AUTOPERCEPÇÃO DA DOR LOMBAR CRÔNICA E FUNCIONALIDADE DA PESSOA IDOSA
Abstract
Introdução: A dor lombar crônica (DLC) é uma condição altamente prevalente em ambulatório, incapacitante e dispendiosos. Diante do aumento de 17,5% do número de anos vividos por indivíduos com incapacidade devido a DLC e da limitada disponibilidade de recursos de saúde, avaliar se a autopercepção de DLC prediz o desempenho funcional é fundamental para mitigar o ônus social dessa condição. Objetivo: Investigar a relação entre a presença do autorrelato de dor lombar crônica não específica e o desempenho funcional em pessoas idosas. Método: Estudo observacional transversal envolvendo 48 pessoas idosas do sexo feminino com idade entre 60 e 75 anos. A dor lombar foi avaliada pelo autorrelato (sim/não) e sua intensidade classificada entre leve, moderada e grave. A funcionalidade foi avaliada pelo teste timed up and go (TUG) e o teste de levantar e sentar cinco vezes consecutivas (TLS-5x). A amostra foi divida em dois grupos: (1) DLC moderada com frequência quase diária, por um período mínimo de três meses; e (2) não DLC ou dor leve com frequência de uma vez por semana e com melhora espontânea. Condições socioeconômicas, comportamentais e clínicas foram avaliadas por meio de questionários. Análise de regressão linear ajustada por características sociodemográficas, comportamentais e clínicas foram utilizados para analisar a influência da dor na funcionalidade da pessoa idosa. Resultado: A presença de DLC foi um preditor significativo do desempenho no teste TUG (? = -4,17; p < 0,001; R2 = 0,442) e no teste TLS-5x (? = -3,24; p = 0,006; R2 = 0,284) independente das covariáveis com poder amostral de 98,3%. Isso indica que a DLC está associada a um aumento no tempo necessário para executar tarefas específicas, comprometendo o desempenho funcional. Conclusão: a autopercepção da DLC não específica é um indicador do declínio funcional em pessoas idosas. Diante disso, é essencial implementar triagem e manejo adequados da dor lombar crônica DLC não específica em pessoas idosas, a fim de prevenir complicações futuras, como quedas, e melhorar sua qualidade de vida.