EFEITOS IMEDIATOS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA NO TRATAMENTO DE INDIVÍDUOS COM MIGRÂNEA CRÔNICA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
Abstract
Introdução: Migrânea crônica é uma cefaleia primária presente em, pelo menos, 15 dias por mês, sendo que em oito é caracterizada por dor unilateral, pulsátil, associada a fotofobia e/ou fonofobia, tendo intensidade de moderada a grave, durando de 4 até 72 horas. Atualmente, existem opções de tratamento farmacológico e não farmacológico. A estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) é um recurso analgésico não farmacológico promissor para o tratamento da migrânea. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi analisar se a TENS promove alívio da dor em indivíduos com migrânea crônica após uma única sessão. Método: Ensaio clínico randomizado, duplo cego, controlado por placebo. Os participantes que se encaixaram nos critérios de inclusão e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foram randomizados em dois grupos: TENS ativa e TENS placebo. Na intervenção, os participantes receberam a TENS durante 30 minutos, utilizando o aparelho Neurodyn Portable TENS® (IBRAMED, Amparo, SP, Brasil). Os eletrodos foram colocados sobre os músculos frontal e trapézio superior bilateralmente. Limiar de dor por pressão (LDP) foi medido pelo algômetro de pressão digital (Impac®, Paulínia, SP, Brasil) nos músculos frontal, trapézio superior e tibial anterior; amplitude de movimento (ADM) da região cervical por meio do inclinômetro (Sanny®, São Paulo, SP, Brasil) dos movimentos de flexão, extensão, inclinação e rotação direita e esquerda, e intensidade da dor mensurada pela escala numérica de dor. A avaliação foi realizada antes e após a intervenção. Os dados coletados foram organizados em planilhas no Microsoft Office Excel, as análises estatísticas foram realizadas no software Graphpad Prism. Resultados: Trinta e cinco participantes foram incluídos no estudo, 18 foram incluídos no grupo ativo e 17 no grupo placebo, não havendo perda de segmento dos participantes no decorrer do processo. Dados sociodemográficos foram homogêneos (idade, peso, IMC, anos com migrânea, intensidade, duração e frequência das crises). Não houve diferenças significativas entre os grupos em relação ao LDP, a ADM da região cervical, a intensidade de dor e a intensidade de dor ao movimento da região cervical. Conclusão: Uma única sessão com aplicação de TENS não foi suficiente para aumentar o limiar de dor por pressão, reduzir a intensidade de dor ou aumentar a ADM cervical.