ASSOCIAÇÃO ENTRE O BAIXO NÍVEL DE RENDA E O RISCO DE MAU PROGNÓSTICO EM IDOSOS COM DOR LOMBAR CRÔNICA: UM ESTUDO TRANSVERSAL

Authors

  • CAMILA CERON COSSA BRAGA Universidade Federal do Ceará
  • MACELLE GOMES SOARES Universidade Federal do Ceará
  • MATHEUS MARQUES MESQUITA COSTA Universidade Federal do Ceará
  • ANA CARLA LIMA NUNES Universidade Federal do Ceará
  • FABIANNA RESENDE DE JESUS MORALEIDA Universidade Federal do Ceará

Abstract

Introdução: A dor lombar é a condição que mais coopera para a incapacidade no mundo todo e, com o aumento na incidência da dor lombar crônica (DLC) em idosos nos próximos anos, este cenário se torna ainda mais alarmante. No Brasil, a prevalência de dor lombar crônica é maior no grupo de pessoas idosas, com o estado de saúde precário e com baixo nível socioeconômico. Embora fatores sociais, como a baixa renda, influenciem diretamente o mau prognóstico de recuperação da dor lombar crônica em adultos, eles foram pouco explorados na população idosa com esta condição. Objetivo: Explorar a associação entre renda familiar e o risco de mau prognóstico de recuperação por meio do STarT Back Screening Tool (SBST) em idosos com dor lombar crônica. Métodos: Foram coletadas informações de 65 idosos com DLC no município de Fortaleza, na Universidade Federal do Ceará. Os dados analisados foram: ?renda (categorizada em até um salário e maior que 1 salário) medida nas informações reportadas pelos pacientes e risco de mau prognóstico para a dor lombar crônica por meio do SBST, além d?as variáveis incapacidade (Roland Morris 0-24) e medo de movimento (Escala Tampa de Cinesiofobia 0-68). Realizou-se uma regressão linear para se analisar a relação entre renda familiar e a pontuação no SBST, considerando também para o modelo as variáveis relacionadas à experiência dolorosa, idade, e número de comorbidades. Resultados: A idade da amostra variou de 60 a 84 anos (Média=67±5,4). A respeito da renda, 29 idosos (44,6%) possuíam renda familiar de até um salário mínimo e 36 idosos (55,4%) possuíam renda maior que um salário mínimo. As médias de incapacidade e SBST foram 15±5,2 e 5,38±2,2 pontos, respectivamente. O modelo explorado revelou que a renda demonstrou uma associação negativa com risco de mau prognóstico, avaliado através do SBST, cerca de 60%. Além disso, comorbidades, incapacidade e medo de movimento se associaram positivamente ao risco de mau prognóstico segundo a interpretação do mesmo instrumento. Conclusão: A renda de idosos com DLC está associada ao risco de mau prognóstico para recuperação de um episódio de dor. Portanto, recomendamos investigações sobre o impacto de fatores sociodemográficos na dor lombar nessa população e o desenvolvimento de estratégias que considerem esses fatores ao projetar e implementar recomendações de tratamento para o público nesse cenário. Além disso, sugerimos a elaboração de estudos que busquem explorar, de maneira mais aprofundada, a associação entre o número de comorbidades, assim como o tipo de comorbidade mais prevalente em pacientes idosos com DLC, visando uma compreensão mais ampla da associação encontrada com a incapacidade, cinesiofobia e o risco de mau prognóstico.

Published

2025-01-08

How to Cite

CAMILA CERON COSSA BRAGA, MACELLE GOMES SOARES, MATHEUS MARQUES MESQUITA COSTA, ANA CARLA LIMA NUNES, & FABIANNA RESENDE DE JESUS MORALEIDA. (2025). ASSOCIAÇÃO ENTRE O BAIXO NÍVEL DE RENDA E O RISCO DE MAU PROGNÓSTICO EM IDOSOS COM DOR LOMBAR CRÔNICA: UM ESTUDO TRANSVERSAL. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 4(1). Retrieved from https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2462