QUALIDADE DAS INFORMAÇÕES SOBRE CEFALEIAS FORNECIDAS POR FISIOTERAPEUTAS EM MÍDIA SOCIAL NO BRASIL
Abstract
Introdução: Os profissionais da saúde têm utilizado das mídias sociais, a exemplo do Instagram®, como ferramenta facilitadora de acesso a informações sobre temáticas da saúde. Conteúdos embasados em evidências científicas e com referências são importantes na transmissão de informações para os cidadãos leigos. O objetivo deste estudo foi analisar a qualidade das informações sobre cefaleias fornecidas por fisioterapeutas brasileiros no Instagram®. Método: Estudo de revisão quantitativa de informações, na rede social Instagram®, seguindo as orientações do Quantitative Research Design. Incluímos publicações públicas do Instagram® sobre os tipos de cefaleias (tensional, migrânea e cervicogênica) de perfis de fisioterapeutas brasileiros. As pesquisas foram realizadas entre agosto e outubro de 2022 com hashtags #dordecabeça, #fisioterapianascefaleias, #enxaqueca, #cefaleiacervicogenica e #cefaleiatensional por dupla investigação. Variáveis: credibilidade das informações (recomendações do Journal of the American Medical Association); legibilidade e à facilidade de leitura (índice Flesch-Kincaid e do índice de Facilidade de Leitura de Flesh adaptados para o português); acurácia do conteúdo das postagens que abordaram caracterização e/ou tratamento das cefaleias; análise da qualidade dos textos para a população em geral com instrumento DISCERN para as publicações que abordaram tratamento; os perfis dos profissionais foram avaliados em relação a presença de destaques sobre a temática no Instagram®, presença de currículo Lattes na plataforma de busca, artigos científicos publicados na área, possuir especialização na área, associação ou não à Sociedade Brasileira de Cefaleia. Resultados: Um total de 2748 postagens foram analisadas, sendo 74 postagens incluídas; destas 27% eram sobre #cefaleiatensional, 8,1% #cefaleiacervicogenica, 14,9% #enxaqueca, 6,8% #dordecabeça e 43,2% #fisioterapianascefaleias. Foram analisados 53 perfis de fisioterapeutas, as cefaleias foram mencionadas 89 vezes nas 74 postagens, das quais 48,31% migrânea, 33,7% cefaleia tensional e 17,97% cefaleia cervicogênica. Na análise de elegibilidade, 20 postagens (26,66%) foram classificadas como bastante difícil, com nível de escolaridade de ensino superior; somente 17 profissionais possuíam currículo Lattes; 5 fisioterapeutas têm artigos publicados na área e apenas 2 fisioterapeutas estão vinculados a Sociedade Brasileira de Cefaleia. A caracterização das cefaleias foi abordada 87 vezes nas postagens, destas 16 (18,39%) estão de acordo com a Classificação Internacional das Cefaleias. Em relação aos tratamentos para cefaleias, foram mencionados 41 vezes, sendo 23 (58,53%) de acordo com as recomendações atualizadas. Conclusão: Informações sobre as características das cefaleias prestadas por fisioterapeutas brasileiros no Instagram® são majoritariamente de baixa confiabilidade e não utilizam referências científicas em suas postagens.