PROPRIEDADES MÉTRICAS DE TESTES FUNCIONAIS EM MULHERES COM SÍNDROME DA DOR DO GRANDE TROCÂNTER
Abstract
Introdução: A síndrome da dor do grande trocânter (SDGT) é uma causa comum de dor na lateral do quadril, e é caracterizada clinicamente por dor na região do trocânter maior, que pode se estender pela coxa. Estudos apontam que pessoas com esta condição apresentam níveis de incapacidade e qualidade de vida semelhantes a indivíduos com osteoartrite de quadril severa. Apesar das alterações de funcionalidade presentes, ainda não existem parâmetros de referência ou testes funcionais com propriedades métricas estabelecidas para esta disfunção. Objetivo: Estabelecer as propriedades métricas (validade, confiabilidade e reprodutibilidade) de testes funcionais em mulheres com SDGT. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo piloto em que até o momento foram avaliadas 16 mulheres com SDGT, entre 35 e 60 anos. As participantes preencheram o questionário de caracterização da amostra, a Escala Visual Analógica de dor, a versão curta do questionário internacional de atividade física (IPAQ) e o Victorian Institute of Sport Assessment – Gluteal (VISA-G) e foram aleatorizadas para a sequência de execução de quatro testes funcionais: Sentar e levantar em 30 segundos (SL30), teste de subida em escada (TSE), teste de descida em escada (TDE) e o timed up and go (TUG), aplicados por dois avaliadores aleatorizados e cegos. Os testes foram realizados em dois dias diferentes com intervalo de 7 a 14 dias. Foram analisadas a confiabilidade intra e intervaliadores e a validade através da correlação dos resultados dos testes funcionais com o VISA-G. Resultados: Os resultados dos testes funcionais de mulheres com SDGT estabeleceram 15 (±2,65) repetições para o SL30, 3,93 (±1,01) segundos na subida de escada, 3,80 (±1,19) segundos na descida da escada e 6,81 (±1,05) no TUG. Todos os testes apresentaram confiabilidade de moderada à boa intravaliadores (ICC de 0,61 a 0,87) e interavaliadores (ICC de 0,64 a 0,89). Os testes funcionais e o VISA-G apresentaram correlação fraca (Rô de Spearman entre 0,04 e 0,34). Conclusão: Os testes funcionais para mulheres com SDGT se mostraram confiáveis e reprodutíveis. A validade dos testes funcionais, no entanto, não foi estabelecida. Salienta-se que se trata de um estudo piloto, e os resultados devem ser interpretados com cautela.