DOSAGEM DA MICROELETRÓLISE PERCUTÂNEA (MEP®) EM PATOLOGIAS MUSCULOESQUELÉTICAS: UM ESTUDO OBSERVACIONAL DESCRITIVO
Abstract
Introdução: A Microeletrólise Percutânea (MEP®) é uma modalidade de eletroterapia galvânica de baixa intensidade, da ordem de microamperes (?A), administrada por meio de uma agulha de acupuntura, que gera uma resposta inflamatória local. Entre os resultados da sua utilização, encontra-se a ativação do sistema nervoso central, a regeneração dos tecidos e a analgesia. Objetivo: Descrever a dosagem típica de MEP®, em diferentes patologias musculoesqueléticas, dentro de um procedimento usual. Por desfecho secundário, descrever se há alguma tendência na relação entre a percepção da dor e a dosagem administrada. Métodos: Esse é um trabalho do tipo observacional descritivo, exploratório e transversal. Para o desenvolvimento foram recrutados participantes com mais de 18 anos de idade que consentiam com a intervenção por MEP® na sua assistência. As avaliações contavam com dados demográficos, a patologia a ser assistido e a dor atual percebida, utilizando-se da Escala Numérica de Dor (END). O tempo de emissão (segundos) e a intensidade de trabalho (µA) foram registrados. O fornecimento de energia foi calculado em mC. Resultados: Foram obtidos dados de 151 abordagens, sendo em sua maioria de participantes do sexo masculino, n=32 (61,9%), com idade média de 43,6 (±14,15) anos e uma END 5/10 (2-6). Para análise estratificada, as abordagens foram classificadas em: ponto gatilho miofascial (PGM) (n=11), obtendo uma END média de 4,27 (±2,20). A energia fornecida foi uma mediana de 117,0 mC (±51,8 mC). Foi realizado um teste de correlação de Spearman para avaliar a relação entre as variáveis END e mC no conjunto de dados, revelando rs -0,166 (p=0,625), indicando uma associação fraca e negativa entre as duas variáveis. Para abordagens de tendinopatia do membro superior (n=51), a END média foi 5 (2-7). A entrada de energia foi de 158,0 mC (±94,2 mC). O teste revelou um coeficiente de correlação de rs -0,319 (p = 0,023), indicando uma associação negativa entre as duas variáveis. Ademais, para as abordagens junto à tendinopatias de membros inferiores (n=59), a END foi de 5 (4-6) e a entrada de energia foi de 116,4 mC (52,8-159,8 mC). O teste de correlação apresentou um coeficiente de rs -0,241 (p = 0,065), indicando uma associação negativa entre as duas variáveis. Conclusão: Não foi encontrada nenhuma relação estatisticamente significativa entre a energia fornecida e a percepção da dor frente a abordagens de ponto gatilho miofascial. No entanto, no caso das tendinopatias do membro superior, foi encontrada uma relação estatisticamente significativa entre essas variáveis, indicando que quanto maior a percepção de dor, menor deve ser a dose. Para abordagens de tendinopatias de membros inferiores, não há evidências suficientes. Esses resultados sugerem a importância de considerar a variabilidade nas dosagens de MEP® em diferentes patologias musculoesqueléticas e a necessidade de mais pesquisas nesse campo melhor para entender essas relações.