ESTRATÉGIAS DE ABORDAGENS BIOPSICOSSOCIAIS E TREINAMENTO CONCORRENTE EM PACIENTES COM OSTEOARTRITE DE JOELHO
Abstract
Introdução: A osteoartrite (OA) é uma das doenças reumáticas mais prevalentes na população e está associada ao envelhecimento e crescentes índices de obesidade. A principal característica no quadro clínico desses pacientes é a dor crônica. Diversos fatores explicam o quadro clínico do paciente com osteoartrite de joelho, com foco geralmente voltado para o aspecto físico da diminuição de força e equilíbrio. Mas para um olhar integral e humanizado sobre esse paciente é necessário entender o seu quadro psicossocial. Fatores como ansiedade, depressão, medos e prévias concepções contribuem para o aumento da intensidade da dor nesses indivíduos. A literatura evidencia a eficácia do uso de exercícios físico para o tratamento da OA, contudo, é preciso compreender se o uso de técnicas de relaxamento e mindfulness podem contribuir para melhora de dor em portadores de OA de joelho. Objetivo: Avaliar se a implementação de abordagens biopsicossociais ao protocolo de treinamento concorrente aplicado por fisioterapeutas pode ser eficaz na redução da intensidade da dor de pacientes com osteoartrite de joelho. Métodos: Foi realizado um estudo com dois braços, sendo um grupo controle (GC) (n=8) recebeu o treinamento concorrente (exercícios aeróbios e anaeróbios feitos na mesma sessão, visando aprimorar diversas características dos indivíduos como força, resistência e aptidão cardiorrespiratória) e o grupo intervenção (GI) (n=11) recebeu o tratamento concorrente adicionado as abordagens biopsicossociais com técnicas de relaxamento, educação sobre dor e doença e mindfulness, visando abranger também os aspectos emocionais e sociais dos participantes. Foram realizadas avaliações ao início e ao fim do tratamento, após 6 semanas, utilizadas a Escala Numérica de Dor (END), Questionário de Funcionalidade e Qualidade de vida (KOOS), Teste de Caminhada de 6 minutos (TC-6), Sit to stand test (STS), Timed Up and Go test (TUG) e Inventário de Sensibilização Central (CSI) Resultados: Para comparar os grupos em relação às variáveis de interesse foi aplicado o teste t de Student para amostras não relacionadas. Além disso, foi aplicado o teste d de Cohen para as médias finais entre os grupos analisando a magnitude de efeito. Para escala END apresentaram diferença estatística as atividades relatadas pelos participantes como mais doloridas antes do início do tratamento e atividade de ajoelhar-se, ambos a favor do GI (p<0,05; d>1,3). No questionário KOOS, apresentaram diferença estatística as variáveis de sintomas, dor, AVD´S e lazer para o GI (p<0,05; d>1,1). Os testes TC-6 e TUG apresentaram melhora significativa para o GI (p<0,05; d>1), enquanto o STS não apresentou diferença significante. Não foi encontrado diferença para o questionário CSI. Conclusão: Concluímos que o uso de abordagens psicossociais adicionada ao tratamento com exercícios físicos é eficaz na redução da intensidade de dor comparada ao tratamento realizado apenas com exercícios físicos.