ASSOCIAÇÃO DA AUTOEFICÁCIA, AUTORREGULAÇÃO E ESTILO DE VIDA COM DOR E INCAPACIDADE DO OMBRO

Authors

  • CAMILA SCHERRES NICOLAU Universidade de São Paulo (USP)
  • JAQUELINE MARTINS Universidade de São Paulo (USP)
  • JÚLIA FACCHINI Universidade de São Paulo (USP)
  • ANAMARIA SIRIANI DE OLIVEIRA Universidade de São Paulo (USP)

Abstract

Introdução: Fatores psicossociais como autoeficácia e autorregulação, bem como o estilo de vida do indivíduo estão associados à condição de dor musculoesquelética crônica. A relação da autoeficácia com a dor no ombro está mais estabelecida, o que não se observa na autorregulação e no estilo de vida. Objetivo: Deste modo, o objetivo do estudo é verificar a relação da autoeficácia, autorregulação e estilo de vida com a dor e incapacidade no ombro. Métodos: Este estudo transversal do tipo observacional incluiu 71 indivíduos com dor no ombro há pelo menos três meses e com positividade em testes de impacto do ombro, recrutados dos serviços de fisioterapia do Centro de Saúde Escola – Cuiabá ou no Centro de Reabilitação do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (CER-HCFMRP). Foram excluídos indivíduos com condições reumáticas, neurológicas e com dor no ombro de origem cervicogênica. Todos os pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aprovado no CEP (CAAE: 55951822.2.0000.5440) e foram avaliados quanto aos dados sociodemográficos e variáveis autorrelatadas de autoeficácia por meio da Pain Self-Efficacy Questionnaire (PSEQ), autorregulação por meio do Short Self-Regulation Questionnaire (SSRQ), estilo de vida por meio do questionário “Estilo de Vida Fantástico”, dor e incapacidade no ombro pela escala Shoulder Pain and Disability Index (SPADI) e intensidade de dor pela Escala Visual Numérica (EVN). As variáveis de caracterização da amostra e pontuações dos questionários foram apresentadas em média e desvio padrão. A associação foi realizada por Regressão Linear Múltipla. Resultados: De forma geral, observou-se intensidade de dor moderada (6,9 pontos) pela Escala Visual Numérica, nível moderado de intensidade de dor (70,2 pontos), incapacidade importante (56,5 pontos) no SPADI, autoeficácia adequada (40,1 pontos), elevada autorregulação (114,4 pontos) e o estilo de vida muito bom (72,2 pontos). O modelo final de regressão resultou em uma única etapa que incluiu apenas a autoeficácia (PSEQ-10) e explicou 43% (P <0,001) da variância total na pontuação do SPADI. O coeficiente padronizado (Beta) revelou uma relação grande entre dor e incapacidade no ombro e autoeficácia (Beta = ?0,847, P <0,001). O coeficiente não padronizado (?) indicou que o aumento de 1 ponto na escala de autoeficácia (PSEQ-10) implica na redução de 0,85 pontos na escala SPADI (IC 95%: ?1,1 a ?0,62). Conclusão: O presente estudo mostra a relação da autoeficácia com a dor e incapacidade em pacientes com dor crônica no ombro, demonstrando a importância de se avaliar os aspectos psicológicos que determinam comportamentos que podem ser prejudiciais ao quadro clínico do paciente, ou seja, com uma abordagem além da dor e incapacidade física do paciente.

Published

2025-01-08

How to Cite

CAMILA SCHERRES NICOLAU, JAQUELINE MARTINS, JÚLIA FACCHINI, & ANAMARIA SIRIANI DE OLIVEIRA. (2025). ASSOCIAÇÃO DA AUTOEFICÁCIA, AUTORREGULAÇÃO E ESTILO DE VIDA COM DOR E INCAPACIDADE DO OMBRO. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 4(1). Retrieved from https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2519