EXISTE RELAÇÃO ENTRE REDUÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL, FORÇA E ATIVIDADE ELÉTRICA EM SUJEITOS COM OSTEOARTRITE DE QUADRIL?
Abstract
Introdução: A osteoartrite de quadril (OAQ) acomete indivíduos de ambos os sexos, primeiros sinais e sintomas clínicos observados a partir dos 40 anos. Por ser uma condição de saúde crônica e progressiva, pode comprometer as atividades, participação social e qualidade de vida. Objetivos: Investigar a relação entre a redução da capacidade funcional, força muscular de flexores do quadril e atividade elétrica de sujeitos com OAQ. Métodos: Foram avaliados 64 indivíduos, com idade entre 40 e 74 anos, de ambos os sexos. divididos em grupo controle (GC) e grupo OAQ (GOAQ). O estudo foi realizado no Departamento de Fisioterapia da UFSCar, e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFSCar (CAAE:08630819.5.0000.5504). Foram coletados dados antropométricos de todos voluntários. A avalição da capacidade funcional foi realizada através do teste de levantar e sentar da cadeira durante 30 segundos (TSL). Para avaliação da força muscular excêntrica dos músculos flexores do quadril (FlexE) foi utilizado um dinamômetro isocinético à 30º/s, sincronicamente, para análise da atividade elétrica do músculo reto femoral (RF), foi utilizado o eletromiógrafo de superfície (EMG). Os dados foram processados no Software MatLAb, e foram filtrados com filtro passa-banda de 20 a 400Hz, Butterworth de 2ª ordem e atraso de fase zero. Foi calculada a amplitude do sinal EMG por meio da raiz quadrada da média dos quadrados. A análise estatística foi realizada no R, a normalidade dos dados foi analisada pelo teste de Shapiro-Wilk, e à homogeneidade por meio do teste de Levene. Dado a distribuição normal, foi aplicado um modelo de Regressão Logística Binomial desenvolvido via Phyton sendo a variável dependente os Grupos, e as independentes o torque FlexE, EMG RF e TSL. Resultados: Participaram 32 sujeitos no GC(53,49 anos ±8,72) e 32 no GOAQ(56,28 anos ±8,71). O modelo de regressão logística foi estatisticamente significativo (????2(3)= 43,981, p = 0,0001). O modelo explicou 66,3% (Nagelkerke R2) da variância no Grupo e classificou corretamente 82,8% dos casos. A sensibilidade de 84,4%, a especificidade de 81,2%, valor preditivo positivo de 81,8% e valor preditivo negativo de 83,9%. O desempenho do modelo foi quantificado usando a métrica Area Under the Curve (AUC), apresentou média de 0,928 e um intervalo de confiança de 95%[0,852, 0,981], sendo considerado um valor de AUC excelente, sobre as variáveis do modelo. Os resultados das variáveis do modelo de FlexE (p=0,026, OddsRatio 0,981), RFE (p=0,024, OddsRatio 0,849), TSL (p=0,000, OddsRatio 0,217), apresentam um OddsRatio <1, ou seja, quanto menor a força muscular, menor a atividade elétrica e menor número de vezes que o indivíduo senta e levanta da cadeira, maior será o fator de exposição. Conclusão: Podemos concluir que sujeitos com OAQ, podem apresentar redução da força muscular flexora, alteração no recrutamento muscular do reto femoral e consequentemente dificuldade para sentar e levantar da cadeira.