A prevalência de escoliose em costureiras
Abstract
A escoliose, é uma deformidade rotacional tridimensional complexa envolvendo a coluna, é um dos principais problemas de coluna associado ao erro ergonômico do trabalho, principalmente na indústria têxtil e apesar de “comum”, tem sua importância no agravamento de futuras lesões. O trabalho doméstico, o papel de cuidadora dos filhos, o papel de esposa e o trabalho remunerado de costura, torna a mulher o principal alvo da pesquisa, para saber a correlação existente, ou não, entre a atividade de costureira e a presença da escoliose como conjunto de consequências de uma rotina de produção de estresse, esforços repetitivos, monotonia, exigência de alta concentração, posturas erradas e muitos outros fatores que não possuem supervisão ergonômica. O objetivo deste trabalho foi analisar a presença de escoliose em costureiras. Em um estudo analítico, observacional e longitudinal prospectivo foram avaliadas 31 costureiras com anamnese com ênfase na história da moléstia pregressa e atual, exame físico observacional estático e dinâmico, aplicação do questionário de ROLLAND – MORRIS. Observou-se que 21 costureiras (67,74%) apresentaram desvio postural. A escala visual analógica de dor (EVA) demonstrou que a maioria das dores eram na cintura escapular e/ou, região lombar e cervical, coincidentes com as posturas adotadas durante o trabalho. Nenhuma morava sozinha e todas relataram realizar tarefas domésticas antes e após o período de trabalho na costura. Concluímos que há relação direta entre as trabalhadoras costureiras com o desvio postural, causado pela má postura na falta de ergonomia durante a execução do trabalho, com sobrecargas musculoesqueléticos, associados a postura sentada sem ações de prevenção. A consequência dessa patologia pode ser explicada pelo local de trabalho adaptado, o excesso de tempo de trabalho, e os esforços repetitivos comumente associados a atividade laboral. As dores associadas aos desequilíbrios musculoesqueléticos possuem relação com a dupla jornada de trabalho das avaliadas, por não possuírem em sua rotina, tempo para realizar atividades que reduza os danos laborais. Não foi encontrada relação entre a dor relatada, no ambiente de trabalho e em casa, com a presença da escoliose.