EFEITOS DE UM PROTOCOLO DE EXERCÍCIO AERÓBIO COM FOTOBIOMODULAÇÃO NA DOR EM MULHERES COM FIBROMIALGIA
Abstract
Introdução: A fibromialgia (FM) é uma doença crônica caracterizada por dor generalizada e outros sintomas. O exercício aeróbio e resistido são fortemente recomendados para o manejo dos sintomas da FM. No entanto, em alguns casos, os efeitos do exercício sobre o nível de dor em pacientes com FM são restritos e, associado ao estilo de vida sedentário característico dessa população, a adesão ao tratamento pode ser restrita. Assim, intervenções terapêuticas concomitantes, como por exemplo a fotobiomodulação (FBM), têm sido utilizadas a fim de potencializar os efeitos benéficos do exercício nesta população. No entanto, até o momento, não há estudos publicados investigando os efeitos do exercício aeróbio associado à FBM com dosagem progressiva na dor em pacientes com FM. Objetivo: Investigar os efeitos de um protocolo de exercício aeróbio (PEA) associado à FBM com dosagem progressiva na dor em mulheres com FM. Métodos: Um ensaio clínico randomizado foi conduzido. As participantes foram alocadas em dois grupos: grupo exercício aeróbio e FBM ativa (GEFA, n = 14); e grupo exercício aeróbio e FBM placebo (GEFP, n =13). A escala visual analógica foi usada para avaliar a intensidade atual de dor em repouso e em movimento tanto na avaliação quanto na reavaliação. Todas as participantes foram submetidas a um PEA que consistiu em um treinamento de progressão de carga na bicicleta estacionária ergométrica durante 20 minutos por sessão. Imediatamente após o PEA, ambos os grupos receberam FBM (ativa ou placebo) do tipo cluster com 4 diodos LASER: comprimento de onda infravermelho (808nm), modo contínuo, potência 100mW, dosagem progressiva de 20J (1a a 8a semana), 32J (9a a 16a semana) e 40J (17a a 24a semana). Os pontos da FBM incluíram os músculos trapézio superior, bíceps braquial, quadríceps femoral e gastrocnêmio bilateralmente. Ambos protocolos foram realizados duas vezes na semana durante 12 semanas. Foi realizada uma análise de modelo generalizado misto para o desfecho de interesse. Um nível de significância de 5% foi adotado para todos os testes. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UNIFESP (CAAE: 44863420.7.0000.5505). Resultados: A avaliação intragrupo revelou diferença estatisticamente significativa para a intensidade de dor em movimento em ambos os grupos, com uma menor intensidade no período pós-intervenção (p ? 0,05). No entanto, não houve diferença significativa para intensidade de dor em repouso (p > 0,05). Houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos para o nível de dor em movimento ao comparar as médias pós-intervenção (p ? 0,05), em que o GEFP obteve melhores resultados. Não houve diferença significativa entre os grupos para o nível de dor em repouso (p > 0,05). Conclusão: Os resultados indicaram que o PEA associado ou não à FBM apresentou efeitos positivos na melhora da dor em movimento em ambos os grupos, com melhores resultados para o grupo exercício associado à FBM placebo