EFICÁCIA DA ADIÇÃO DO AGULHAMENTO SECO EM PACIENTES COM DOR CERVICAL CRÔNICA INESPECÍFICA QUE RECEBEM TRATAMENTO BASEADO UMA DIRETRIZ CLÍNICA ATUAL: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
Resumen
INTRODUÇÃO: O agulhamento seco (AS) é uma forma de tratamento para dor cervical que vem ganhando crescente uso. Apesar de alguns ensaios clínicos e revisões sistematicas demonstrarem efeitos positivos, uma recente diretriz clínica atual não incluiu o mesmo como forma de tratamento para indivíduos com dor cervical cronica. OBJETIVO: verificar os efeitos da adição do AS junto a um programa fisioterapêutico baseado em recomendações atuais para o tratamento da dor cervical cronica inespecífica. DELINEAMENTO: Ensaio clínico randomizado, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). MÉTODOS: Trinta e sete pacientes (34±6 anos, 29 mulheres) com dor cervical cronica inespecífica foram aleatoriamente distribuídos em: Grupo AS (n=18), Grupo Controle (GC, n=19). Todos participantes receberam um mês de intervenção (média de 5,1 atendimentos para o GC e 4,8 para o grupo AS). Todos os participantes receberam tratamento baseado em exercícios de fortalecimento para região cérvico- escapulo-toracica, terapia manual (mobilizações vertebrais baseadas no conceito Maitland) na coluna cervical e toracica, além de educação em dor. Além disso, os indivíduos alocados no grupo AS receberam a técnica do AS nos músculos posteriores do pescoço (trapézio superior, elevador da escapula, esplênio e semi-espinhal do pescoço). O desfecho primario do estudo foi dor, mensurado pela escala numérica da dor, e o desfecho secundario foi a percepção do efeito global do tratamento, mensurado pela Escala de Percepção do Efeito Global. O modelo linear misto foi utilizado para analisar o efeito do tratamento sobre a dor e o teste t para amostras independentes foi utilizado para verificação da percepção do efeito global do tratamento. RESULTADOS: Após um mês de tratamento, o grupo AS não apresentou níveis significativos de redução da dor comparado ao GC (média de redução da dor= 0,934; 95% IC -2,067– 0,81; p=0,97). Da mesma forma, o grupo que recebeu a adição do AS não apresentou melhora significativa na percepção do efeito global do tratamento comparado ao GC (média= - 0,56; 95% IC – 1,378-1,267; p=0,932). CONCLUSÃO: Os resultados deste ensaio clínico randomizado sugerem que a adição do AS junto a um programa de fisioterapia baseado em recomendações para o tratamento da dor cervical, não melhora significativamente a dor cervical e a percepção do efeito global do tratamento comparado ao grupo que não recebeu a adição do AS.