INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA FUNCIONALIDADE E APTIDÃO FÍSICA DE INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON DURANTE O TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS
Resumen
Introdução: O teste de caminhada de 6 minutos (TC6) é uma ferramenta padrão-ouro de predição da funcionalidade, contando com fácil planejamento e execução, o que permite a abrangência de seu uso em diversas populações e comorbidades, a exemplo da doença de Parkinson (DP). Nesta disfunção, acometimentos motores que levam ao déficit funcional são notados, como redução da qualidade da marcha. A fim de buscar estratégias para combate de tais acometimentos sintomatológicos, a música desponta como uma ferramenta promissora. Objetivos: Observar se o estímulo musical, por meio de diferentes compassos rítmicos, pode influenciar na distância percorrida de pessoas com DP e em variáveis de desfecho cardiorrespiratório. Método: Os sujeitos foram alocados, de maneira aleatorizada e cega em 4 grupos: W (TFTF), X (TTFF), Y (FFTT) e Z (FTFT). Os estímulos tinham quartis de 1,5 min totalizando 6 min. Os ritmos musicais foram: forró (binário), ressaltando o contexto da regionalidade, e tango (quaternário). Os voluntários foram submetidos ao estímulo durante o TC6 por meio de imersão sonora com fones de ouvido. Os desfechos pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), frequência cardíaca (FC), saturação parcial de oxigênio (SpO2), Borg fadiga e dispneia foram coletadas antes e após o teste. Valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. O tamanho da amostra foi determinado por meio do software PEPI-for-Windows. Resultados: Ao todo 24 voluntários (60,27±7,8) participaram deste protocolo. Todos os grupos apresentaram valores de distância percorrida abaixo dos valores de distância predita, entretanto, foi encontrada diferença estaticamente significativa (p<0,0001) na média da distância percorrida no TC6 no Grupo Y (FFTT), o que também apresentou maior desempenho do % de distância atingida (DA) (520 m) (p<0,0001). Quanto às variáveis de aptidão cardiorrespiratória apenas a SpO2 (%) não apresentou diferenças estatisticamente significativas em nenhum dos grupos. Quanto ao Borg dispneia os grupos W (TFTF) (4±1,7 vs 6,4±1,4) p=0,0037 e Z (FTFT) (1,75±1,5 vs 4,75±2,4) p=0,0052 demonstraram maior esforço ventilatório. Outrossim, o Borg fadiga acompanhou esses achados: W (TFTF) (4,5±1,8 para 6,6±1,5) p=0,0177 e Z (FTFT) (1,75±1,5) vs (3,5±2,1) p=0,006. Ademais, todos os grupos apresentaram diferenças estatisticamente significativas na FC e PAS após o TC6, no entanto apenas o grupo W (TFTF) diferiu com relação a PAD (87,1±9,5 vs 88,5±10,7) p=0,0208. Conclusão: Os indivíduos submetidos ao forró por sequências de 3 min apresentaram maior desempenho na distância percorrida e no % de DA. Entretanto, os grupos que receberam sequências aleatorizadas a cada 1,5 min demonstraram maior esforço cardiorrespiratório, o que pode ter tido influência do estímulo musical não-familiar, impedindo assim, o desempenho da marcha e levando à conclusão de que o forró é mais eficiente do que o tango à funcionalidade de pessoas com DP durante o TC6.