REALIDADE VIRTUAL NO MANEJO DA DOR CERVICAL CRÔNICA: ESTUDO PILOTO

Autores/as

  • TISSIANE BONA ZOMER Universidade Regional de Blumenau (FURB)
  • JÉSSICA NUNES Universidade Regional de Blumenau (FURB)
  • SABRINA TONIOLI BOOS Universidade Regional de Blumenau (FURB)
  • MARCELO ANDERSON BRACHT Universidade Regional de Blumenau (FURB)

Resumen

A incidência da dor cervical na população é alta, promovendo repercussões negativas na saúde funcional dos indivíduos, tornando-a uma condição de saúde com impacto global. A realidade virtual (RV) emergiu como uma alternativa ao tratamento convencional para a dor cervical, pois acredita-se que promova a melhora do movimento através da distração da dor. Diante disso, um estudo clínico piloto, randomizado e controlado, com avaliadores cegos foi conduzido, com o objetivo de avaliar os efeitos imediatos da realidade virtual na intensidade da dor em repouso e ao movimento, avaliados através da Escala Numérica da Dor (END); no nível de cinesiofobia mensurado pela Escala Tampa de Cinesiofobia (TSK) e na amplitude de movimento cervical avaliada através de um goniômetro universal. Foram recrutados 45 indivíduos, porém somente 10 satisfizeram os critérios de elegibilidade e foram incluídos na pesquisa, sendo randomizados aleatoriamente de maneira secreta, através de envelopes opacos, em dois grupos, com taxa de alocação 1:1. O grupo realidade virtual imersiva (RVI) que envolvia a exposição a um ambiente imersivo e interativo promovido pelo jogo “Astro Protector VR – Cardboard” e o grupo realidade virtual simulada (RVS) onde os sujeitos foram expostos a um vídeo, porém sem imersão e interação. Ambos os grupos, utilizaram os óculos de realidade virtual do tipo head-mounted display acoplado a um smartphone, e o fone de ouvido tipo headphone over-ear. As intervenções tiveram uma duração total de 30 minutos, sendo os 10 minutos iniciais destinados a explicação e ajuste dos dispositivos, 5 minutos para a ambientação dos sujeitos e 15 minutos para a experimentação da realidade virtual simulada ou imersiva. Imediatamente após receberem as intervenções selecionadas os sujeitos foram reavaliados com relação aos desfechos de interesse da pesquisa. A análise estatística não demonstrou diferenças estatisticamente significativas entre o grupo RVI e RVS para a dor em repouso (4,6 ±2,51; 2,6 ±2,61; p = 0,206), dor ao movimento (6,2 ±2,68; 4 ±2,83; p = 0,325); cinesiofobia (34,8 ±7,79; 31,4 ±6,07; p = 0,374) e amplitude de movimento cervical - flexão (25,2 ±3,77; 40,2 ±12,28; p = 0,171), extensão (30,6 ±16,92; 32 ±8,22; p = 0,504), inclinação direita (17,6 ±4,93; 23 ±6,74; p = 0,438), inclinação esquerda (18,4 ±5,18; 30 ±7,91; p = 0,363), rotação direita (39,2 ±13,46; 45,4 ±15,99; p = 0,727) e rotação esquerda (38,6 ±9,32; 41,4 ±14,28, p = 0,328). Ademais, o desenho do estudo mostrou-se viável no ambiente clínico, sugerindo-se a realização de estudos com um maior tamanho amostral, bem como com mais sessões de tratamento, tendo como objetivo avaliar os efeitos cumulativos de médio e longo prazo.

Publicado

2025-01-08

Cómo citar

TISSIANE BONA ZOMER, JÉSSICA NUNES, SABRINA TONIOLI BOOS, & MARCELO ANDERSON BRACHT. (2025). REALIDADE VIRTUAL NO MANEJO DA DOR CERVICAL CRÔNICA: ESTUDO PILOTO. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 4(1). Recuperado a partir de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2412