ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE SEVERIDADE DA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E INCAPACIDADE CERVICAL EM IDOSOS
Resumo
Introdução: Estudos tem mostrado que indivíduos com disfunção temporomandibular (DTM), além de apresentarem dor na região crânio-mandibular, queixam-se de dor cervical. No processo de envelhecimento ocorrem alterações no funcionamento do organismo, que acarretam em perdas progressivas da capacidade de adaptação e interação com o meio ambiente, tornando o idoso mais vulneravel a incapacidades oriundas de dores cronicas. Objetivo: Analisar a correlação entre a severidade da DTM e a incapacidade cervical (IC) em idosos. Métodos: Foi realizado um estudo transversal em um ambulatório de dor orofacial de uma universidade cearense. Dez idosos (80% do sexo feminino) com idade média de 64,2±3,4 anos responderam ao Índice Anamnésico de Fonseca (IAF) e ao Índice de Incapacidade Relacionada ao Pescoço (IIRP). O IAF avalia o grau de severidade da DTM e é composto por dez perguntas que mensuram a funcionalidade do sistema estomatognatico e dos componentes orofaciais. O IIRP avalia a incapacidade relacionada à cervicalgia em dez itens associados à dor, atividades de vida diaria e concentração. A correlação foi analisada utilizando o coeficiente de correlação linear de Pearson, considerando um nível de significância de P<0,05. utilizando o SPSS 22.0. A pesquisa foi previamente aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Protocolo nº 137.060). Resultados: Segundo o IAF, 50% dos idosos apresentaram DTM severa, 30% moderada e 20% leve. A maioria dos idosos avaliados apresentou algum nível de IC. Apenas um dos idosos não apresentou IC, enquanto 40%, 30% e 20% deles expressaram IC severa, moderada e mínima, respectivamente. A severidade da DTM e a IC apresentaram forte correlação positiva e estatisticamente significativa (r = 0,714; P = 0,02). Conclusão: Ha correlação entre severidade da DTM e IC. A presença de comprometimento na funcionalidade cervical em idosos evidencia a importância de avaliar a região cervical em pacientes com sinais e sintomas de DTM. Isto contribui positivamente para um planejamento de um tratamento eficaz para a melhora do quadro clínico. Esses dados são preliminares e a amostra sera aumentada, diminuindo o risco do erro do tipo 2.