CORRELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE CINESIOFOBIA E MOBILIDADE FUNCIONAL EM PACIENTES COM OSTEOARTROSE DE QUADRIL
Resumo
Introdução: Devido ao envelhecimento populacional mundial, a osteoartrose (OA) é um dos acometimentos mais comuns e uma das principais queixas em consultas médicas. Afeta diretamente aproximadamente 70% das mulheres e 60% dos homens com mais de 65 anos. Para além do comprometimento articular, há de forma progressiva a redução da mobilidade dos membros inferiores, perda da independência familiar, limitação na vida social e consequentemente prejuízo da saúde mental, sobretudo na população idosa. A cinesiofobia é definida como um medo excessivo na realização do movimento envolvido nas atividades diárias ou físicas, sendo assim para pacientes com OAQ movimentar-se se torna uma ação excessivamente dificultosa, pois além das possíveis limitações físicas soma-se um quadro psicológico desfavorável à movimentação. Objetivo: Avaliar se há correlação entre o nível de cinesiofobia e a mobilidade funcional de indivíduos com osteoartrose de quadril (OAQ). Métodos: Trata-se de um estudo transversal, realizado nas dependências do Hospital Universitário de Sergipe em pacientes acometidos por OAQ em fila de espera para tratamento. Foi mensurado o nível de cinesiofobia, através da Escala Tampa de Cinesiofobia (ETC); e a mobilidade funcional, pelo Timed Up and Go e o Teste de Caminhada de 6 minutos. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Sergipe sob parecer de n 3.953.421, bem como através da Plataforma Brasil, sob parecer de nº CAAE: 28225119.4.0000.5546, seguindo as normas da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Foi realizada a estatística descritiva, com as medidas de tendência central, a média (±) e o desvio padrão (DP). O nível de significância estatística foi estabelecido em de p ? 0,05 e intervalo de confiança de 95%. Posteriormente, foram feitas análises no programa Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 22.0. Todas as variáveis foram testadas quanto à normalidade através do teste de Kolmogorov-Smirnov, de acordo com o tamanho da amostra (>30). Para as correlações, utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman para dados não paramétricos. Resultados: Foram avaliados 76 sujeitos com osteoartrose de quadril, sedentários, com uma média de idade de 53 ± 11,8 e uma prevalência de 57,9% do sexo feminino. Os resultados obtidos na ETC foram de 45,9 ± 16,5, sendo que 44,7% foram classificados como Graves, 42,1% Moderados e 13,2% Leves. Apesar de não apresentar significância, houve correlação moderada entre o nível de cinesiofobia e a mobilidade funcional medida pelo TUG (p = 0,42) e correlação fraca entre a cinesiofobia e o TC6’ (p= 0,16). Conclusão: Conclui- se que a maioria dos indivíduos com OAQ possuem nível grave de cinesiofobia, o que é sugestivo de redução da mobilidade funcional, no entanto não foram encontradas correlações significativas entre as variáveis.