REPERCUSSÕES DO ISOLAMENTO SOCIAL DURANTE A PANDEMIA POR COVID-19 NA DOR E ATIVIDADE FÍSICA DE PACIENTES COM DOR CRÔNICA: UM ESTUDO QUALITATIVO
Resumo
Introdução: A dor crônica (DC) é uma dor persistente por mais de 3 meses ou além da cicatrização normal do tecido, sendo um grande problema de saúde pública que acomete uma boa parcela da sociedade e gera impactos biopsicossociais. Com o isolamento social decorrente da pandemia da COVID-19, os indivíduos com DC foram afastados de sua rotina habitual e do acesso a seus tratamentos de saúde, o que prejudicou sua condição. Objetivo: Analisar o impacto sofrido no âmbito da dor desses pacientes como consequência da pandemia. Métodos: Estudo qualitativo seguindo os critérios estabelecidos pelo Standards for Reporting Qualitative Research (SRQR) e Consolidated Criteria for Reporting Qualitative Research (COREQ). A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário eletrônico que dispunha de duas perguntas subjetivas para realizar a análise qualitativa de conteúdo. As respostas foram transcritas e codificadas por meio do MAXQDA 2020 Standard. Resultados: Foram avaliados 85 participantes de ambos os sexos, no entanto, a maioria da amostra foi composta por mulheres, contendo apenas um homem, que teve diagnóstico de migrânea crônica. A média de idade foi de 43,9 anos, com a menor idade sendo 19 e maior 75 anos. O diagnóstico clínico foi composto por fibromialgia e enxaqueca crônica, sendo a maioria composta pela população fibromiálgica. Os resultados foram descritos por meio das categorias e subcategorias criadas com base na análise das respostas ao questionário, para cada subcategoria foram criados subcódigos, preenchidos posteriormente por frases que continham alguma palavra ou citação que se relacionasse e fosse capaz de preenchê-lo. Ocorreram alterações físicas e mentais, percepção que houve piora de sintomas depressivos e no sono, aumento da frequência e intensidade de dor e redução da prática de atividade físicas. Conclusão: Pacientes com DC sofreram importante impacto negativo devido ao isolamento social decorrente da pandemia da COVID-19, pois foi possível observar uma piora na frequência, na intensidade e na distribuição da dor por meios dos relatos.