O ESPAÇO LITERÁRIO NA OBRA VILA DOS CONFINS

Autores

  • Lasaro José Amaral UFTM

Resumo

O narrador de Vila dos Confins apresenta intrigantes personagens que buscam interesses bem parecidos no romance: o deputado Paulo Santos tenta aumentar a sua área de domínio político visando as macro eleições enquanto o coronel Chico Belo busca manter a região do recém-criado município de Vila dos Confins sob o seu mando. O presente trabalho pretende analisar a construção do espaço literário na referida obra e quais funções desempenha dentro da narrativa. Ao longo da trama percebem-se muito bem as questões topoanalíticas como topopatias que são as relações afetivo-negativo ou afetivo-positivo das personagens com os espaços onde são narrados os fatos. Microespaços com cenários e natureza reconhecidas a partir das coordenadas espaciais como lateralidade quando se refere às margens do rio Urucanã em esquerda ou direita, centralidade ao apresentar a localização da sede da fazenda do Neca Lourenço como plantada no centro do veio de cascalho ou prospectividade no ato final que descreve o crime que a personagem Xixi Piriá comete ao assassinar o capanga Felipão. A espacialização utilizada é franca, ou seja, composta por um narrador independente. Observa-se ainda que essa narrativa pode ser caracterizada como politópica, pois ocorre em vários cenários. Há ainda a questão dos gradientes sensoriais, que aparecem, por exemplo, na percepção da distância quando os foguetes estourados anunciam o resultado da eleição e o barulho dos mesmos vêm acarretar uma tragédia na balsa. E por fim a presença do espaço linguístico, apresentando a noção de localização das personagens com uso de verbos como ir ou vir ou então  alguns advérbios de lugar como ali ou lá indicam que o espaço da narração não coincide com o da narrativa.

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