Sífilis congênita: características epidemiológicas do binômio mãe/filho atendidos em um hospital público de ensino
DOI:
https://doi.org/10.18554/refacs.v7i2.3383Palavras-chave:
Sífilis, Sífilis congênita, Cuidado pré-natal, Epidemiologia descritivaResumo
O presente estudo teve como objetivo identificar os casos de Sífilis Congênita e caracterizar as mães e os recém-nascidos no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2015, realizado em 2016. Estudo descritivo, retrospectivo, com dados do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro de Uberaba-MG. Identificou-se 70 casos de sífilis congênita. As mães com idade entre 20 a 29 anos (51,3%), com baixa escolaridade (48,6%), solteiras (48,6%), diagnosticadas no pré-natal (70%), sendo o tratamento inadequado ou inexistente (80%). Os recém-nascidos eram do sexo masculino (54,3%), com idade gestacional média de 37 semanas, eram sintomáticos (51,4%), foram tratados (97,3%) e receberam alta hospitalar (95,4%). O número de casos elevou-se de 5,7% em 2010 para 58,6% em 2014. Os achados desse estudo são relevantes à medida que evidencia um aumento significante de casos de sífilis congênita, alta taxa de tratamento inadequado das gestantes e não adesão do parceiro ao mesmo, em especial por déficit na atenção primária à saúde.
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