Como o trabalho precarizado na saúde afeta o modo de nascer: revisão integrativa sobre violência obstétrica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18554/refacs.v7i3.3757

Palavras-chave:

Saúde da mulher, Violência contra a mulher, Parto humanizado, Obstetrícia

Resumo

O presente estudo tem por objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura, de artigos publicados na plataforma LILACS, e, baseada no método histórico dialético, estabelecer uma relação entre a precarização das relações trabalhistas na saúde, com os altos índices de violência obstétrica sofrida pelas gestantes nas maternidades brasileiras. Foi feito um levantamento, realizado no período de junho a agosto de 2018, dos artigos publicados com o índice “violência obstétrica” e “trabalho precarizado”, considerando o período de 2013 a 2017. Os resultados consideraram 14 artigos e, apontaram que é possível estabelecer uma relação entre a precarização do trabalho e a prática da violência obstétrica, perpassando pelos campos da categoria trabalho na concepção marxiana, a construção histórica do modelo atual de saúde no Brasil e as formas de apropriação dos profissionais da saúde no trabalho de parto e no corpo da mulher.

Biografia do Autor

Maria Carolina Pádua Pinto Naques Faleiros

Advogada. Assistente Social. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Franca, SP, Brasil.

Nayara Hakime Dutra Oliveira

Assistente Social. Mestre e Doutora em Serviço Social.  Professor Assistente do Departamento de Serviço Social da UNESP, Franca, SP, Brasil.

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Publicado

2019-07-01

Como Citar

Faleiros, M. C. P. P. N., & Oliveira, N. H. D. (2019). Como o trabalho precarizado na saúde afeta o modo de nascer: revisão integrativa sobre violência obstétrica. Revista Família, Ciclos De Vida E Saúde No Contexto Social, 7(3), 345–356. https://doi.org/10.18554/refacs.v7i3.3757