A prática esportiva e o assoalho pélvico feminino: uma revisão da literatura.

Autores

  • Rafaela Melo Silva Docente do Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia da Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia; MG; Brasil.
  • Maisa Paula Santos Fisioterapeuta, Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia da Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia; MG; Brasil.
  • Maita Poli Araújo Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo - Setor de Ginecologia do Esporte – São Paulo; SP; Brasil.
  • Marair Gracio Ferreira Sartori Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo - Setor de Ginecologia do Esporte – São Paulo; SP; Brasil.
  • Ana Paula Magalhães Resende Docente do Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia; Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia; MG; Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.17648/aces.v7n1.3502

Palavras-chave:

assoalho pélvico, esportes, atletas, fisioterapia

Resumo

Objetivos: a) Identificar a prevalência da incontinência urinária em atletas e praticantes de atividade física; b) Verificar o impacto da atividade física nos músculos do assoalho pélvico de atletas; e c) Averiguar as evidências científicas sobre o tratamento fisioterapêutico da incontinência urinária em atletas e praticantes de atividade física. Métodos: Foi realizada uma revisão crítica da literatura com buscas nas bases de dados Pubmed e Lilacs, nos últimos dez anos. Foram incluídos estudos experimentais que avaliaram a prevalência de incontinência urinária durante a prática esportiva, estudos sobre o impacto da atividade física nos músculos do assoalho pélvico e estudos de intervenção nas disfunções dos músculos do assoalho pélvico em atletas. Resultados: Foram incluídos 17 estudos. A prevalência da incontinência urinária variou entre 5% e 88,9%, a depender do tipo de atividade física. A idade média das mulheres foi de 24,9 anos sendo a maioria nuligesta. No que se refere ao impacto da atividade física nos músculos do assoalho pélvico, os principais métodos de avaliação muscular utilizados foram a palpação vaginal, eletromiografia e ultrassonografia tridimensional. Por fim, em relação ao tratamento, foram encontrados três estudos de intervenção, tipo antes e depois, onde diferentes tipos de protocolos foram utilizados com objetivo de reabilitação dos músculos do assoalho pélvico em mulheres atletas com queixa de incontinência urinária, mostrando efetividade. Conclusões: A reabilitação muscular pareceu ser eficaz para a melhora da incontinência urinária, são necessários mais estudos randomizados para melhor comprovação da sua prática.

Biografia do Autor

Rafaela Melo Silva, Docente do Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia da Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia; MG; Brasil.

Graduada em Fisioterapia pela Universidade Federal de Uberlândia (2015), Mestre em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (2017) e Pós-graduada em Saúde da Mulher pela Universidade Federal de São Carlos (2017). Atualmente é docente do curso de graduação em Fisioterapia da Universidade Federal de Uberlândia.

Referências

Barros JD, Lucena ACT, Anselmo CWSF. Incontinência urinária de esforço em atletas do sexo feminino: uma revisão da literatura. An. Fac. Med. Univ. Fed. Pernamb 2007; 52(2):173-180.

Ferreira S, Ferreira M, Carvalhais A, Santos PC, Rocha P, Brochado G. Reeducation of pelvic floor muscles in volleyball athletes. Rev Assoc Med Bras 2014; 60(5):428-433.

Haylen BT, de Ridder D, Freeman RM, Swift SE, Berghmans B, Lee J, Monga A, Petri E, Rizk DE, Sand PK, Schaer GN. An International Urogynecological Association (IUGA/International Continence Society (ICS) joint report on the terminology for female pelvic floor dysfunction. Neurol Urodyn 2010; 29(1):4-20.

Eliasson K, Edner A, Mattsson E. Urinary incontinence in very young and mostly nulliparous women with a history of regular organized high-impact trampoline training: occurrence and risk factors. Int Urogynecol J 2008; 19(5):687–96.

Larsen WI, Yavorek TA. Pelvic organ prolapse and urinary incontinence in nulliparous women at the United States Military Academy. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct 2006; 17(3):208-10.

Almeida MBA, Barra AA, Figueiro EM, Velloso FSB, Silva AL, Monteiro MVC, Rodrigues AM. Disfunções de assoalho pélvico em atletas. Femina 2011; 39(8):395-402.

Silva LB, Santos WO, Araujo NS, Rodrigues CNC, Nunes EFC. Disfunções urinárias em mulheres praticantes de atividade física em academias – um estudo transversal. Rev Pesq Fisio 2018;8(1):71-8.

Hagovska M, Švihra J, Buková A, Dračková D, Švihrová V. Prevalence and risk of sport types to stress urinary incontinence in sportswomen: A cross-sectional study. Neurourol Urodyn 2018; 37:1957-64.

Alves JO, Luz STD, Brandão S, Da Luz DM, Jorge RN, Da Roza T. Urinary Incontinence in Physically Active Young Women: Prevalence and Related Factors. Int J Sports Med 2017;38(12): 937-41.

Almeida MB, Barra AA, Saltiel F, Silva-Filho AL, Fonseca AM, Figueiredo EM. Urinary incontinence and other pelvic floor dysfunctions in female athletes in Brazil: A cross-sectional study. Scand J Med Sci Sports 2016; 26(9):1109-16.

Da Roza T, Brandão S, Mascarenhas T, Jorge RN, Duarte JA. Volume of training and the ranking level are associated with the leakage of urine in young female trampolinists. Clin J Sport Med 2015; 25(3): 270-5.

Poswiata A, Socha T, Poara J. Prevalence of Stress Urinary Incontinence in Elite Female Endurance Athletes. J Hum Kinet 2004; 44:91-6.

Vitton V, Baumstarck-Barrau K, Brardjanian S, Caballe I, Bouvier M, Grimaud JC. Impact of high-level sport practice on anal incontinence in a healthy young female population. J Womens Health (Larchmt) 2011; 20(5):757-63.

Santos ES, Caetano AS, Tavares MCG, Lopes MHB. Incontinência urinária entre estudantes de educação física. Rev Esc Enferm USP 2009; 43(2):307-12.

Wollmann L, Goulart CL, Mansour KMK, Cerentini TM, Carvalho LL, Sudbrack AC. Influência da prática de futsal amador na força muscular do assoalho pélvico. Rev Pesq Fisio 2018; 8(3):313-8.

Leitner M, Moser H, Eichelberger P, Kuhn A, Radlinger L. Evaluation of pelvic floor muscle activity during running in continent and incontinent women: An exploratory study. Neurourol Urodyn 2017; 36(6):1570-6.

Araujo MP, Parmigiano TR, Negra LGD, Torelli L, Carvalho CG, Wo L, Manito ACA, Girão MJBC, Sartori MGF. Avaliação do assoalho pélvico de atletas: existe relação com a incontinência urinária? Rev Bras Med Esporte 2015; 21(6): 442-6.

Luginbuehl H, Naeff R, Zahnd A, Baeyens JP, Kuhn A, Radlinger L. Pelvic floor muscle electromyography during different running speeds: an exploratory and reliability study. Arch Gynecol Obstet 2016; 293(1):117-24.

Junior EA, Bella ZIJD, Zanetti MRD, Araújo MP, Petricelli CD, Martins WP, Alexandre SM, Nakamura MU. Assessment of pelvic floor of women runners by three-dimensional ultrasonography and surface electromyography. A pilot study. Med Ultrason 2014; 16(1): 21-6.

Reis AO, Câmara CNS, Santos SG, Dias TS. Estudo comparativo da capacidade de contração do assoalho pélvico em atletas de voleibol e basquetebol. Rev Bras Med Esporte 2011; 17(2): 97-101.

Da Roza T, de Araujo MP, Viana R, Viana S, Jorge RN, Bo K, MascarenhaS T. Pelvic floor muscle training to improve urinary incontinence in young, nulliparous sport students: a pilot study. Int Urogynecol J 2012; 23:1069–73.

Rivalta M, Sighinol MC, Micali S, De Stefani S, Torcasio F, Bianchi G. Urinary Incontinence and Sport: First and Preliminary Experience With a Combined Pelvic Floor Rehabilitation Program in Three Female Athletes. Health Care Women Int 2010; 31(5):435–43.

Carls C. The prevalence of stress urinary incontinence in high school and college-age female athletes in the midwest: implications for education and prevention. Urol Nurs. 2007; 27(1):21-4.

Roza TD, Brandão S, Oliveira D, Mascarenhas T, Parente M, Duarte JA, Jorge RN. Football practice and urinary incontinence: Relation between morphology, function and biomechanics. J Biomech 2015; 48(9):1587-92.

Luginbuehl H, Greter C, Gruenenfelder D, Baeyens JP, Kuhn A, Radlinger L. Intra-session test–retest reliability of pelvic floor muscle electromyography during running. Int Urogynecol J 2013; 24(9):1515-22.

Nygaard IE, Thompson FL, Svengalis SL, Albright JP. Urinary incontinence in elite nulliparous athletes. Obstet Gynecol 1994; 84(2):183-7.

Eliasson K, Larsson T, Mattsson E. Prevalence of stress incontinence in elite trampolinists. Scand J Med Sci Sports 2002; 12(2):106-10.

Nygaard I, DeLancey JO, Arnsdorf L, Murphy E. Exercise and incontinence. Obstet Gynecol 1990; 75(5):848-51.

Bo K, Borgen JS. Prevalence of stress and urge urinary incontinence in elite athletes and controls. Med Sci Sports Exerc 2001;33(11):1797-802.

Bo K, Sundgot-Borgen J. Are former female elite athletes more likely to experience urinary incontinence later in life than non-athletes? Scand J Med Sci Sports 2010; 20:100-104.

Caylet N, Fabbro-Peray P, Marès P, Dauzat M, Prat-Pradal D, Corcos J. Prevalence and occurrence of stress urinary incontinence in elite women athletes. Can J Urol 2006; 13(4): 3174-9.

Fozzatti C, Riccetto C, Herrmann V, Brancalion MF, Raimondi M, Nascif CH, Marques LR, Palma PP. Prevalence study of stress urinary incontinence in women who perform high-impact exercises. Int Urogynecol J 2012; 23(12): 1687-91.

Salvatore S, Serati M, Laterza R, Uccella S, Torella M, Bolis PF. The impact of urinary stress incontinence in young and middle-age women practising recreational sports activity: an epidemiological study. Br J Sports Med 2009; 43(14): 1115-8.

Kruger JA, Murphy BA, Heap SW. Alterations in levator ani morphology in elite nulliparous athletes: A pilot study. Aust N Z J Obstet Gynaecol 2005; 45(1): 42–7.

Ree ML, Nygaard I, Bo K. Muscular fatigue in the pelvic floor muscles after strenuous physical activity. Acta Obstet Gynecol Scand 2007; 86(7):870-6.

Thyssen HH, Clevin L, Olesen S, Lose G. Urinary incontinence in elite female athletes and dancers. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct 2002; 13(1):15-7.

Merletti R, Parker PJ. Electromyography: physiology, engineering, and non-invasive applications. New Jersey: Wiley, 2004.

Júnior EA, Freitas RCM, Bella ZIKJ, Alexandre SM, Nakamura MU, Nardozza LMM, Moron AF. Assessment of pelvic floor by three-dimensional-ultrasound in primiparous women according to delivery mode: initial experience from a single reference service in Brazil. Rev Bras Ginecol Obstet 2013; 35(3):117-122.

Dorschner W, Stolzenburg JU. A new theory of micturition and urinary continence based on histomorphological studies. 3. The two parts of the musculus sphincter urethrae: physiological importance for continence in rest and stress. Urol Int 1994; 52(4), 185–8.

Kruger JA, Dietz HP, Murphy BA. Pelvic floor function in elite nulliparous athletes. Ultrasound Obstet Gynecol 2007; 30(1):81-5.

Dumoulin C, Hay-Smith J, Mac Habée-Séguin G. Pelvic floor muscle training versus no treatment, or inactive control treatments, for urinary incontinence in women. Cochrane Database Syst Rev 2014:14(5): CD005654.

Bo K. Urinary incontinence, pelvic floor dysfunction, exercise and sport. Sports Med 2004; 34(7):451-64.

Downloads

Publicado

2019-07-31

Edição

Seção

Artigos de revisão