ALTAS TAXAS DE RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE BACTÉRIAS CAUSADORAS DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO EM PACIENTES ATENDIDOS EM HOSPITAL PÚBLICO TERCIÁRIO DO TRIÂNGULO MINEIRO, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.18554/tpvf6e14Palavras-chave:
Infecção do trato urinário, bacteriúria, Bactérias multirresistentes, Resistência à antibióticosResumo
As infecções do trato urinário (ITU) estão entre as infecções bacterianas mais comuns adquiridas na comunidade e em hospitais. Embora geralmente autolimitado, o tratamento de ITUs com antibióticos leva a uma resolução mais rápida dos sintomas e tem maior probabilidade de eliminar a bacteriúria, mas também seleciona uropatógenos resistentes e bactérias comensais, além de afeta negativamente a microbiota do indivíduo. O objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência e o perfil de resistência bacteriana dos agentes causadores de bacteriúria em pacientes atendidos no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM). Foram incluídas 4.358 amostras de urina coletadas de pacientes internados e ambulatoriais e destas, 496 (11,4%) foram positivas para a urocultura. As enterobactérias foram as principais espécies isoladas, sendo Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae identificadas em 262 (52,8%) e em 61 (12,3%) amostras, respectivamente. Em relação às gram-positivas, Enterococcus faecalis foi a mais prevalente (n=45; 9,1%) seguida por Staphylococcus saprophyticus (n=15; 3,0%). A prevalência de bactérias produtoras de ESBL foi de 20,8% (n=81). Todos os isolados ESBL-positivos foram resistentes às cefalosporinas de 1a e 3a geração. Ainda, demonstraram elevadas taxas de resistência à ciprofloxacina (84,6%), sulfametoxazol-trimetoprim (83,9%), norfloxacina (77,2%), nitrofurantoína (41%) e gentamicina (43,1%). Em relação às bactérias gram-positivas isoladas, 34,8% dos Enterococcus spp. foram resistentes à gentamicina e o perfil VRE foi detectado em 2,1%. O isolado VRE apresentou resistência à ampicilina, levofloxacina, gentamicina e teicoplanina. As leveduras foram responsáveis por 7,5% uroculturas positivas, sendo Candida albicans a espécie mais prevalente (56,8%). Como os uropatógenos estão se tornando cada vez mais resistentes aos antibióticos atualmente disponíveis, estudos como este visam contribuir para o conhecimento e elaboração de estratégias alternativas para o manejo da ITU.
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