NÍVEIS DE MERCÚRIO EM PEIXES DISPONÍVEIS PARA CONSUMO DAS POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DO ESTADO DO PARÁ, REGIÃO AMAZÔNICA

Autores

  • Laura dos santos barros universidade federal do pará
  • Fabiana costa Cardoso Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Núcleo de Medicina Tropical
  • Leonardo Breno do Nascimento de Aviz Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Núcleo de Medicina Tropical
  • Maria da conceição Nascimento Pinheiro Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Núcleo de Medicina Tropical

DOI:

https://doi.org/10.18554/j0ambh85

Palavras-chave:

Poluentes do solo, Ecossistema Amazônico, Exposição Dietética

Resumo

Objetivo do estudo é sintetizar a literatura pertinente a estudos sobre níveis de contaminação por mercúrio em peixes disponíveis para consumo de populações ribeirinhas, no Estado do Pará. Estudo descritivo, de revisão de escopo, cujos dados foram coletados das bases acadêmicas, PubMed, Scielo, Bireme, Lilacs e Periódicos Capes. A revisão incluiu oito artigos publicados de 2000 a 2024, realizados nas localidades, Xingu, Tapajós e Tucuruí. Cinco estudos identificaram concentrações de mercúrio acima e dois observaram valores abaixo do permitido pelas normas nacionais, e um estudo registrou concentrações com potencial de riscos à saúde. Um autor analisou a influência das marés sobre os níveis de mercúrio nos peixes. As espécies que apresentaram as concentrações mais elevadas foram: Cichla ocellaris (tucunaré) e Serrasalmus rhombeus (piranha preta) oriundos da bacia do Tapajós, e Hydrolycus armatus (cachorra), Pseudoplatystoma punctifer (tigre Malhado) e Hydrolycus scomberoides (peixe Cachorro) na bacia do Xingu. Há várias espécies que apresentam níveis impróprios para um consumo frequente na dieta, sendo as espécies predadoras da região do Tapajós que apresentam maiores níveis de contaminação, por isso, devem ser divulgados e a população orientada para reduzir o consumo. Os estudos analisados mostraram diferentes graus de contaminação por mercúrio, na dependência da região estudada.

Referências

1. Harada M. Minamata Disease: Methylmercury Poisoning in Japan Caused

by Environmental Pollution. Crit Rev Toxicol [Internet]. 1995; 25;25(1):1–24. https://doi.org//10.3109/10408449509089885

2. Batista PRS. Da responsabilidade penal ambiental decorrente da exploração do garimpo ilegal de ouro na APA do Rio Madeira. Rev.Científica do CPJM. 2024; 3 (9) :393–412. https://doi.org/10.55689/rcpjm.2024.09.016.

3. Nordberg GF, Fowler BA, Nordberg M. Handbook on the toxicology of metals. Environ Pollut Ser A, Ecol Biol. 1980; 22 (4) :323–4. https://doi.org/10.1201/9781003418917.

4 Dorea JG, Barbosa AC, Silva GS. Fish mercury bioaccumulation as a function of feeding behavior and hydrological cycles of the Rio Negro, Amazon. Comp Biochem Physiol Part C Toxicol Pharmacol. 2006; 142 (34) :27583. https://doi.org/10.1016/j.cbpc.2005.10.014.

5. Crespo-Lopez ME, Augusto OM, Lopes AA, Santos SL, Yuki TP, Macchi BM. Mercury: What can we learn from the Amazon?.2021;146:106223. https://doi.org/10.1016/j.envint.2020.106223.

6. Wasserman J, Hacon S. O Ciclo do Mercúrio no Ambiente Amazônico. Mundo e Vida. 2001; 2:46–53. http://www.uff.br/cienciaambiental/mv/mv2/MV2(1-2)46-53.pdf.

7. Lino AS, Kasper D, Guida Y, Thomaz JR, Malm O. Mercury and selenium in fishes from the Tapajós River in the Brazilian Amazon: An evaluation of human exposure. J Trace Elem Med Biol. 2018; l 48:196–201. https://doi.org/10.1016/j.jtemb.2018.04.012.

8. Brasil. RESOLUÇÃO - RDC No 42, DATA 29 DE AGOSTO DE 2013. 2013; https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0042_29_08_2013.html

9. Brasil. INSTRUÇÃO NORMATIVA- IN No 160, DE 1° DE JULHO DE 2022.2022; https://03a02bb0-7856-4da4-a6f8-6a1e99d487d9 (anvisa.gov.br).

10. Marques DS. Níveis de mercúrio em peixes na Amazônia brasileira. 2022. 202 f. Dissertação (Mestrado em Epidemiologia e Vigilância em Saúde) - Instituto Evandro Chagas, Programa de Pós-Graduação em Virologia. Ananindeua. 2022. Disponível em: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/6747.

11. Amaro CSO, Rodrigues Junior D, Silva MCF, Lima AAS, Santos GFS, Pinheiro MCN. Concentração de mercúrio total (Hg-T) em peixes comercializados em diferentes períodos sazonais no Mercado do Ver-o-Peso, Belém, Estado do Pará, Brasil. Rev Pan-Amazônica Saúde. 2014; 5 (1) :53–60. https://doi.org/10.5123/S2176-62232014000100006.

12. Vera Y. Mercury Bioaccumulation in the Brazilian Amazonian Tucunares (Cichla sp., Cichlidae, Perciformes). Ambiente & Água - An Interdisciplinary Journal of Applied Science. 2008; 31;3(2):19–27. https://doi.org/10.4136/ambi-agua.49.

13. Vieira JLF, Gomes ALS, Santos JPN, Lima TCD, Freitas JA, Pinheiro MCN. Mercury Distribution in Organs of Two Species of Fish from Amazon Region. Bull Environ Contam Toxicol. 2011; 28 87 (4) :377. https://doi.org.10.1007/s00128-011-0386-9.

14. Vasconcellos ACS, Hallwass G, Bezerra JG, Aciole ANS, Meneses HN de M, Lima MO. Health Risk Assessment of Mercury Exposure from Fish Consumption in Munduruku Indigenous Communities in the Brazilian Amazon. Int J Environ Res Public Health. 2021; 27 18 (15) :7940. https://doi.org/10.3390/ijerph18157940.

15. Pinheiro MCN, Souza GS, Cristina M, Carneiro SR, Maria J, Costa F. Fish intake from different ecosystems and exposure in family fisheries in the brazilian Amazon. 2021; 11 (9) :46677–82. https://doi.org/10.37118/ijdr.21341.05.2021.

16. Oliveira RB, Silva DM, Franco TSBS, Vasconcelos CRS, Sousa DJA, Sarrazin SLF. Fish consumption habits of pregnant women in Itaituba, Tapajós River basin, Brazil: risks of mercury contamination as assessed by measuring total mercury in highly consumed piscivore fish species and in hair of pregnant women. Arch Ind Hyg Toxicol. 2022; 7 73 (2) :131–42. https://doi.org/10.2478/aiht-2022-73-3611.

17. Kehrig HA, Palermo EFA, Seixas TG, Santos HSB, Malm O, Akagi H. Methyl and total mercury found in two man-made Amazonian Reservoirs. J Braz Chem Soc. 2009; 20 (6): 1142–52. https://doi.org/10.1590/S0103-50532009000600021.

18. Souza AJ, Giarrizzo T, Lima MO, Souza MBG. Mercury and methyl mercury in fishes from Bacajá River (Brazilian Amazon): evidence for bioaccumulation and biomagnification. J Fish Biol. 2016; 31 89 (1) :249–63. https://doi.org.10.1111/jfb.13027.

19. Perez TD. Avaliação da contaminação de Hoplias Malabaricus (Traíra) como bioindicadora de saúde ambiental em pisciculturas em áreas de garimpo: estudo de caso município de Paranaíta, MT. Rio de Janeiro. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. 2008. Disponível em: https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/50105958/1816-Pereztdm-libre.pdf?1478286004=&response-content disposition=inline%3B+filename%3DFundacao_Oswaldo_Cruz_FIOCRUZ_Escola_Nac.pdf&Expires=1746714378&Signature=hCz0tWED3XzsjhIRo04bAB06jwDZFXxEiYeP5y9ziObcjObYXMndXH4iT3WT-2lA2rj4xZEoqh3-RxmFoB5ODlG9iCzAJSdgXshxx-oDmK6lkpWMc4un1OUAA7dmr~2F2VsKUurQDsIUYEktOl0f6MzX-f7hTTbdxjpHagCld2ZrtTAtrHwnx8Gjc7NrJuvpi2qbsLYRTuEgYbQ52gd4oKqgEGC5Fu6R~y4bg67XKrrQb9GQADTnmtp7cDWXm~v8qjaiTCLiaF4XzckKjD00u30kKKpZnQh04SaV9Ggtv3Up7ppBNRkksqmphGkA9KGFuC4mVn4YiFgFkN3sF1QbNw__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA.

20. Prazeres LFN, Silva HML, Palheta DC, Penha ICS, Bezerra CNO. Determinação de mercúrio total em Colossoma macropomum proveniente da apa do igarapé gelado. Rev Valore. 2020; 13 3:43–52. https://doi.org/10.22408/reva30201849043-52.

21. Santos CA, Araujo IB, Wanzeler RTS, Serrão EA de O, Farias MHCS, Lima AMM de. Regionalização Hidroclimatológica Da Bacia Hidrográfica Do Rio Tapajós Hydroclimatic Regionalization of the Tapajós River Watershed Regionalización Hidroclimatológica De La Cuenca Hidrográfica Del Río Tapajós. Rev Geogr Acadêmica v. 2015; 99 (11) :32–51. https://orcid.org/0009-0005-5337-3833.

22. Diniz C, Marinho R, Cortinhas L, Sadeck L, Walfir P, Shimbo J, Azevedo T. (2022). Nota Técnica sobre Sedimentos em Suspensão na Bacia do Tapajós.

23. Telmer K, Costa M, Simões AR, Araujo ES, Maurice Y. The source and fate of sediment and mercury in the Tapajós River, Pará, Brazilian Amazon: Ground- and space-based evidence. J Environ Manage. 2006; 81 (2) :101–13. https://doi.org.10.1016/j.jenvman.2005.09.027.

24. Wong CSC, Li XD, Zhang G, Qi SH, Peng XZ. Atmospheric deposition of heavy metals in the Pearl River Delta, China. Atmos Environ. 2003; 37 (6) :767–76. https://doi.org/10.1016/S1352-2310(02)00929-9.

25. Moura VL. Bioacumulação De Mercúrio No Gradiente Estuarino Do Rio Jaguaribe, Ce. Ceará, Fortaleza. Universidade Federal Do Ceará. 2017. Disponível em: https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/27562/3/2017_dis_vlmoura.pdf.

26. Rodrigues SL, Assis RC, Celedônio RF, Valentim AB, Maia CSC. Teor de mercúrio em peixes do Nordeste brasileiro: uma revisão integrativa. Rev Ibero-Americana Ciências Ambient [Internet]. 2020; 15 12 (1) :223–31. https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.001.0019.

27. Ferreira EAB, Tokarski DJ. Bacia hidrográfica do alto Tocantins: Retrato e reflexões. ECODATA: WWF Brasil. 2007.

28. Almeida R. Amazônia, Pará e o mundo das águas do Baixo Tocantins. Estud Avançados. 2010; 24 (68) :291–8. https://doi.org/10.1590/S0103-40142010000100020.

29. Oliveira LC, Serudo RL, Botero WG, Mendonça AGR, Santos A, Rocha JC, et al. Distribuição de mercúrio em diferentes solos da Bacia do médio Rio Negro-AM: influência da matéria orgânica no ciclo biogeoquímico do mercúrio. Quim Nova. 2007; 30 (2) :274–80. https://doi.org/10.1590/S0100-40422007000200006.

29. Ladislau A. Skorupa, Ully Mattilde Pozzobom, Cunha P, Rossete A. Monitoramento da qualidade da água na bacia hidrografica do Rio Cabelo. 2017; 136. https://www.researchgate.net/publication/332180087_Monitoramento_da_Qualidade_da_Agua_na_Bacia_Hidrografica_do_Rio_Suia-Micu.

30. Basta PC, Vasconcellos ACSD, Hallwass G, Yokota D, Pinto DDODER, Aguiar DSD, Costa MOD. Nota Técnica: maio 2023: Análise regional dos níveis de mercúrio em peixes consumidos pela população da Amazônia brasileira: um alerta em saúde pública e uma ameaça à segurança alimentar. Disponível em: https://acervo.socioambiental.org/acervo/documentos/analise-regional-dos-niveis-de-mercurio-em-peixes-consumidos-pela-populacao-da.

31. Costa FEV; Soares DAS. Bacia Hidrográfica do Rio Caeté (Pará/Brasil): cobertura e usos da terra e principais problemas ambientais. Uso dos recursos naturais na Amazônia paraense. In Silva, NC. ed.; Uso dos recursos naturais da Amazônia paraense. Belém: GAPTA/UFPA. 2021, 265-299.

32. Paz AC, Frédou FL, Frédou T. Caracterização da atividade pesqueira em Vila do Conde (Barcarena, Pará), no estuário amazônico. Boletim do Mus Para Emílio Goeldi Ciências Humanas. 2011; 6 (2) :307–18. https://doi.org/10.1590/S1981-81222011000200004.

33. Pimentel DR, Peleja JRP, Goch YGF, Brito BC, Cunha FAG, Sousa OP. Avaliação dos Níveis de Mercúrio (Hg) Total em Peixes de Igarapés da Bacia do Rio Mamuru-Pará-Brasil. Rev.Saúde e Meio Ambient. 2019; 9 (3) :34–46. https://doi.org/10.1016/j.jtemin.2022.100014.

34. Milhomem Filho EO, Oliveira CSB de, Silveira LC de L, Cruz TM, Souza G da S, Costa Junior JMF. A ingestão de pescado e as concentrações de mercúrio em famílias de pescadores de Imperatriz (MA). Rev Bras Epidemiol. 2016; 19 (1) :14–25 https://doi.org/10.1590/1980-5497201600010002.

35. Lacerda LDD, Goyanna FADA, Bezerra MF, Costa BGB, Braga TM. Distribuição de mercúrio em peixes comercializados no. Arq Ciencias do Mar. 2016; 49 (1) :50–4. https://doi.org/10.32360/acmar.v49i1.6159.

36. Costa ID, Nascimento EL, Faccheti MSA, Nunes NNS, Gomes JPO, Almeida R. Mercury in muscle and liver of Plagioscion squamosissimus (Acanthuriformes: Sciaenidae) from the Machado River, Brazilian Amazon. Acta Amaz. 2022; 52 (1) :60–8. https://doi.org/10.1590/1809-4392202001032.

Downloads

Publicado

05-06-2025

Edição

Seção

Revisão da Literatura

Como Citar

NÍVEIS DE MERCÚRIO EM PEIXES DISPONÍVEIS PARA CONSUMO DAS POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DO ESTADO DO PARÁ, REGIÃO AMAZÔNICA. Acta Biologica Brasiliensia, [S. l.], v. 8, n. 1, p. 242–268, 2025. DOI: 10.18554/j0ambh85. Disponível em: https://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/acbioabras/article/view/8320. Acesso em: 16 jun. 2025.

Artigos Semelhantes

1-10 de 13

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.