Streptococcus pyogenes E SUA RELAÇÃO COM A FASCIÍTE NECROSANTE
DOI:
https://doi.org/10.18554/acbiobras.v3i2.8732Palavras-chave:
diagnóstico, terapia, fisiopatologiaResumo
Streptococcus pyogenes é uma bactéria da microbiota normal que habita a pele e mucosas. Geralmente está associada a faringites e amigdalites, mas em alguns casos pode causar uma doença rara, destrutiva e de rápida progressão, chamada fasciíte necrosante. Essa doença acomete o tecido subcutâneo e a fáscia superficial, resultando em destruição dos tecidos, podendo levar a perda do membro e até ao óbito, se não for diagnosticada e tratada rapidamente. Para o desenvolvimento da fasciíte necrosante são necessários determinados fatores de virulência da bactéria e fatores de predisposição do indivíduo. Após invasão do micro-organismo, a infecção se dissemina aceleradamente de forma que, no decorrer de 24 a 72 horas, o tecido já altera sua tonalidade e ocorre a formação de lesões bolhosas. Devido ao seu rápido desenvolvimento, o diagnóstico deve ser preciso e o tratamento iniciado o mais rápido. A ressonância magnética garante um rápido diagnóstico da doença, pois exames microbiológicos normalmente realizados na rotina são mais demorados. Para o tratamento são utilizados vários antibióticos para que não ocorra agravo da doença, juntamente com o desbridamento cirúrgico. Apesar de ser uma doença rara, cerca de 226.000 indivíduos no mundo são afetados por ano. Deve-se ter maior cuidado com pacientes mais sucetíveis, atuando de forma ativa para um diagnóstico precoce, com objetivo de mitigar possíveis complicações e até o óbito do paciente.
Referências
(1) Soares, TH; Penna, JTM; Penna, LG; Machado, JA; Andrade, IF; Almeida, RC; Vianna, LSB. 2008. Diagnóstico e tratamento da Fasciíte Necrosante (FN): relato de dois casos. Revista Médica de Minas Gerais. 18 (2): 136-140.
(2) Tortora, GJ; Funke, BR; Case, CL. Microbiologia. Porto Alegre: Artmed, 12 ed, 2017.
(3) Lancerotto, L; Tocco, I; Salmaso, R; Vindigni, V; Bassetto, F. 2012. Necrotizing fasciitis: Classification, diagnosis, and management. The Journal of Trauma and Acute Care Surgery. 72 (3): 560-566. DOI: 10.1097/TA.0b013e318232a6b3.
(4) Fumis, MA; Bidabehere, MB; Moyano, Y; Sardoy, A; Gubiani, ML; Boldrini, MP; Pinerdi, B. 2017. Fasciíte Necrosante por Streptococcus Pyogenes: Relato de Caso. Revista da Faculdade de Ciências Médicas. 74 (3): 281-287.
(5) Madigan, MT; Martinko, JM; Bender KS; Buckley, DH; Stahl, DA. Microbiologia de Brock. Porto Alegre: Artmed, 14 ed, 2016.
(6) Teles, MF; Rodrigues, MSP; Oliveira, CNT; Souza, CL; Oliveira, MV. 2015. Prevalência de Streptococcus Pyogenes em orofaringe de Portadores Assintomáticos: revisão de literatura. Revista Eletrônica da Fainor. 8 (1): 38-53.
(7) Daif, JL; Levie, M; Chudnoff, S; Kaiser, B; Shahabi, S. 2009. Group a Streptococcus causing necrotizing fasciitis and toxic shock syndrome after medical termination of pregnancy. Obstetrics and Gynecology. 113 (2): 504-6. DOI: 10.1097/AOG.0b013e3181834626.
(8) Sehnem, NT. Microbiologia e Imunologia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.
(9) Wilson, MP; Schneir, AB. 2012. A case of necrotizing fasciitis with a LRINEC score of zero: clinical suspicion should trump scoring systems. 44 (5): 928-931. DOI: 10.1016/j.jemermed.2012.09.039.
(10) Pitta, GBB; Dantas, JM; Pitta, MR; Raposo, RC; Seganfredo, IB; Gomes, MM. 2011. Fasciite necrotisante após vacina influenza: relato de caso. Jornal Vascular Brasileiro. 10 (2): 185-188.
(11) Morato, AA; Silva, GPC; Galvão, LR; Kac, PB; Marinho, VFW. 2018. Relato de Caso: Fasceíte Necrosante da Pálpebra. Revista Médica de Minas Gerais. 28 (7): 1-5.
(12) Gustafson, LW; Blaakaer, J; Helmig, RB. 2017. Group A streptococci infection. A systematic clinical review exemplified by cases from an obstetric department. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology. 215: 33-40. DOI:org/10.1016/j.ejogrb.2017.05.020.
(13) Eggert, J; Giacomo, A; Vergineo, PP. 2009. Diagnosis and Treatment of Type II Necrotizing Fasciitis in a Child Presenting With Minor Abrasion, Edema, and Apparent Bruising. Wounds. 21 (3): 74-78.
(14) Cunha, O; Mota, TC; Lopez, MG; Santos, E; Lisboa, L; Morgado, H; Lima, FF; Castro, C; Ribeiro, A. 2011. Fasceíte necrotizante e síndrome de choque tóxico estreptocócico numa criança com varicela. Revista do Hospital de Crianças Maria Pia. 20 (2).
(15) Menemy, KM. 2017. Skin and Soft Tissue Infections. Physician Assistant Clinics. 2 (2): 165-176. DOI:10.1016/j.cpha.2016.12.014.
(16) Schiavetto, RR; Cancian, LRL; Haber, DM; Maniglia, MP; Maniglia, CP; Fernandes, AM. 2008. Fasceíte Necrotizante Cervical em Lactente: Relato de Caso. Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia. 2 (4): 596-599.
(17) Santos, LEN; Pires, RES; Figueiredo, LB; Soares, EAM. 2014. Fasciíte necrosante pós-osteossíntese de fratura transtrocantérica do fêmur. Revista Brasileira de Ortopedia. 49 (1): 78-81. DOI:10.1016/j.rbo.2013.03.007.
(18) Breyre, A; Frazee, BW. 2018. Skin and Soft Tissue Infections in the Emergency Department. Emergency Medicine Clinics of North America. 36 (4): 723-750. DOI:10.1016/j.emc.2018.06.005.
(19) Maya, SP; Beltrán, DD; Lemercier, P; Salinas, CL. 2014. Necrotizing fascitis: an urgent diagnosis. Skeletal Radiol. 43: 577-589. DOI:10.1007/s00256-013-1813-2.
(20) Martinez, MS; Olsina, AS; Gordovil, M; Martorano, A; Vellejo, M; Fanjul, V. 2018. Invasive disease due to B-hemolytic Streptococcus. Epidemiology and mortality. International Journal of Infectious Diseases. 73: 20. DOI:10.1016/j.ijid.2018.04.3471.
(21) Misiakos, EP; Bagias, G; Patapis, P; Sotiropoulos, D; Kanavidis, P; Machairas, A. 2014. Current Conceptos In The Management of Necrotizing fasciitis. Frontiers in Surgery. 1 (36). DOI:10.3389/fsurg.2014.00036.
(22) Stevens, DL. Aldape, MJ. 2017. Necrotizing Fasciitis, Gas Gangrene, Myositis and Myonecrosis. Infectious Diseases. 1: 95-103. DOI:10.1016/B978-0-7020-6285-8.00011-3.
(23) Santos, AA; Lima, LLVR; Santana, LS; Mendonça, LRL; Oliveiro, JKA. 2013. Assistência de Enfermagem a Puérpera com Fasceíte Necrotizante: Relato de Experiência. Revista de Enfermagem UFPE. 7 (4): 1248-53. DOI: 10.5205/reuol.3188-26334-1-LE.0704201323.
(24) Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Disponível em: https://www.cdc.gov/. Acesso em: 02 out 2018.
(25) Sarani, B; Strong, M; Pascual, J; Schawab, CW. 2009. Necrotizing Fasciitis: Current Concepts and Review of the Literature. Journal of the American College of Surgeons. 208 (2). Disponível em: DOI:10.1016/j.jamcollsurg.2008.10.032.
(26) Stevens, DL; Bryant, AE. 2017. Necrotizing Soft-Tissue Infections. The New England Journal of Medicine. 7. DOI:10.1056/NEJMra1600673.
(27) Shukry, S; Ommen, J. 2013. Necrotizing Fasciitis. Report of ten cases and review of recent literature. Journal of Medicine and Life. 6 (2): 189-194.
(28) Biagi, VM; Chocia, ACAS; Tubone, TQ; Kaimoto, C; Jeziorowski, A; Bittencourt, R. 2012. Infecções Necrosantes de Tecidos Moles: Experiência do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Cajuru. Arquivos Catarinenses de Medicina. 41 (1).
(29) Chang, CP; Hsiao, CT; Lin, CN; Fann, WC. 2018. Risk factors for mortality in the late amputation of necrotizing fasciitis: a retrospective study. World Journal of Emergency Sugrery. DOI:10.1186/s13017-018-0207-0.
(30) Malheiro, LF; Magano, R; Ferreira, A; Sarmento, A; Santos, L. 2017. Infecções da pele e de tecidos moles na unidade de terapia intensiva: estudo retrospectivo em um centro terciário. Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 29 (2): 195-205. DOI: 10.5935/0103-507X.20170019.
