Homem sai fazendo filho e “tá nem aí”: gênero, parentalidade e proteção social no nordeste brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.18554/refacs.v5i1.1907Palavras-chave:
Identidade de gênero, Casamento, Poder familiar, Política social, BrasilResumo
Considerando de forma articulada o gênero, a conjugalidade, a parentalidade e as políticas de proteção social, o estudo visa compreender como os quotidianos de vida de mulheres de classes populares do bairro de Ponta Negra, em Natal-RN, são permeados por uma série cumulativa de constrangimentos e responsabilidades. Recolhidos no âmbito de um trabalho de campo etnográfico, sobretudo por via da observação participante e de entrevistas semidirigidas, os elementos empíricos mostram que os valores de gênero dominantes e sua matrifocalidade decorrente obrigam muitas mulheres a assumir, quase que em exclusivo, o papel de provimento econômico, educacional e afetivo dos filhos, gerando situações de vulnerabilidade que exigem dispositivos de proteção social, os quais, paradoxalmente, tendem a causar ainda mais encargos e a reforçar assimetrias de gênero.
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