Sintomatologia depressiva em usuários atendidos por uma Unidade Matricial de Saúde

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18554/refacs.v6i0.3131

Palavras-chave:

Depressão, Estratégia Saúde da Família, Atenção primária à saúde, Saúde mental

Resumo

O presente estudo teve como objetivo realizar um levantamento da sintomatologia depressiva em usuários do serviço Matricial de saúde. Tratou-se de estudo exploratório descritivo, desenvolvido em uma Unidade de Matricial em Saúde em um município do interior do Triângulo Mineiro, durante o período de Julho a Novembro de 2013. A amostra foi composta por 282 usuários do serviço de saúde. Foram utilizados um instrumento de caracterização sociodemográfica e o Inventário de Depressão de Beck para rastreio de sintomatologia depressiva. A maioria dos participantes eram do sexo masculino, com faixa etária entre 18 e 59 anos, casados e com escolaridade até 8 anos. Apresentaram disforia 11,0% dos participantes e cerca de 31,0% apresentaram pontuação indicativa de depressão, sendo mais prevalentes tais sintomas em idosos (p=0,028). A situação conjugal de solteiros, divorciados e viúvos também apresentou relação estatística significativa com pontuações indicativas de depressão (p=0,042). A saúde mental ainda é problema negligenciado pela Atenção Primária, cabendo a tais profissionais aprimorar suas práticas de trabalho, valorizando as diversas formas de investigação da sintomatologia depressiva, depressão e seus fatores associados.

Biografia do Autor

Luiza Elena Casaburi, Universidade de Uberaba (UNIUBE)

Enfermeira. Mestre em Enfermagem Psiquiátrica. Docente do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade de Uberaba (UNIUBE), Uberaba, MG, Brasil.

Sueli Aparecida Frari Galera, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Enfermeira. Pós-Doutora. Livre Docente do Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Brasil. ORCID: E-mail:

Luan Augusto Alves Garcia, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Enfermeiro. Especialista em Enfermagem do Trabalho, Saúde do Adulto na modalidade Residência Multiprofissional em Saúde pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM.

Mestrando em Atenção à Saúde pela UFTM.

Lúcia Aparecida Ferreira, UFTM

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Associada da UFTM, Uberaba, MG, Brasil

Referências

Murray CJL, Lopez AD. The global burden of disease: a comprehensive assessment of mortality and disability from diseases, injuries, and risk factors in 1990 and Project EDTO 2020. Cambridge, MA: Harvard University Press; 1996.

Guo T, Xiang YT, Xiao L, Hu CQ, Chiu HF, Ungvari GS, et al. Measurement-based care versus standard care for major depression: a randomized controlled trial with blind raters. Am J Psychiatr. [Internet]. 2015 Oct [citado em: 19 jun 2018];172(10):1004-13. Disponível em: https://ajp.psychiatryonline.org/doi/pdf/10.1176/appi.ajp.2015.14050652

Fleck MP, Lafer B, Sougey EB, Del Porto JA, Brasil MA, Juruena MF. Guidelines of the Brazilian Medical Association for the treatment of depression (complete version). Rev Bras Psiquiatr. 2003; 25(2):114-22.

American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders – DSM-5. 5thed. Washington: APA; 2013.

Barros MBA, Lima MG, Azevedo RCS, Medina LBP, Lopes CS, Menezes PR, et al. Depressão e comportamentos de saúde em adultos brasileiros – PNS 2013. Rev Saúde Pública [Internet]. 2017 [citado em: 19 jun 2018]; 51(Supl1):8s. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000084

Garcia MIH, Oliveira AMN, Sedrez JP, Santos MEL, Silva PA. Realidade dos profissionais da estratégia de saúde da família em relação à detecção dos transtornos mentais comuns. Vitalle [Internet]. 2014 [citado em: 19 jun 2018]; 26:37-44. Disponível em: https://periodicos.furg.br/vittalle/article/view/6058

Campos Junior A, Amarante PDC. Estudo sobre práticas de cuidado em saúde mental na Atenção Primária: o caso de um município do interior do estado do Rio de Janeiro. Cad Saúde Colet. [Internet]. 2015 [citado em: 19 jun 2018]; 23(4):425-35. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1414-462X201500040226

Ministério da Saúde (Br). Coordenação Geral da Saúde Mental. Coordenação de Gestão da Atenção Básica. Saúde mental e atenção básica: o vínculo e o diálogo necessários. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2003.

Carlotto MS. Transtornos mentais comuns em trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde: prevalência e fatores associados. Psicol Argum. [Internet]. 2016 [citado em: 19 jun 2018]; 34(85):133-46. DOI: http://dx.doi.org/10.7213/psicol.argum.34.085.AO04

Bromet E, Andrade LH, Hwang I, Sampson NA, Alonso J, Girolamo G, et al. Cross-national epidemiology of DSM-IV major depressive episode. BMC Med. [Internet]. 2011 [citado em: 19 jun 2018]; 9:90. DOI: https://doi.org/10.1186/1741-7015-9-90

Peytremann-Bridevaux I, Voellinger R. Le mille pertuis dans letraitement de la depression majeure: revue Cochrane pour le praticien. Rev Med Suisse [Internet]. 2009 [citado em: 19 jun 2018]; 5(196):692. Disponível em: https://serval.unil.ch/resource/serval:BIB_97D9CEAA4408.P001/REF

Olfson M, Amos TB, Benson C, McRae J, Marcus SC. Prospective service use and health care costs of medicaid beneficiaries with treatment-resistant depression. J Manag Care Spec Pharm [Internet]. 2018 [citado em: 19 jun 2018]; 24(3):226-36. DOI: https://doi.org/10.18553/jmcp.2018.24.3.226

Ronalds C, Creed F, Stone K, Webb S, Tomenson B. Outcome of anxiety and depressive disorders in primary care. Br J Psychiatr. 1997; 171:427-33.

Lafer B, Nierenberg AA, Rosenbaum JF, Fava M. Outpatients with DSM-III-R versus DSM-IV melancholic depression. Compr Psychiatry [Internet]. 1996 [citado em: 19 jun 2018]; 37(1):37-9. DOI: https://doi.org/10.1016/S0010-440X(96)90048-6

Coyne JC, Schwenk TL, Fechner-Bates S. Non detection of depression by primary care physicians reconsidered. Gen Hosp Psychiatr. [Internet]. 1995 [citado em: 19 jun 2018]; 17(1):3-12. DOI: https://doi.org/10.1016/0163-8343(94)00056-J

Schonfeld WH, Verboncoeur CJ, Fifer SK, Lipschutz RC, Lubeck DP, Buesching DP. The functioning and well-being of patients with unrecognized anxiety disorders and major depressive disorder. J Affect Disord. [Internet]. 1997 [citado em: 19 jun 2018]; 43(2):105-19. DOI: https://doi.org/10.1016/S0165-0327(96)01416-4

Gandini RC, Martins MCF, Ribeiro MP, Santos DTG. Inventário de Depressão de Beck – BDI: validação fatorial para mulheres com câncer. Psico USF. [Internet]. 2007 [citado em: 22 jun 2018]; 12(1):23-31. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-82712007000100004

Kendall PC, Hollon SD. Beck AT, Hammen CL, Ingram RE. Issues and recommendations regarding use of the Beck Depression Inventory. Cognit Ther Res. 1987; 11(3):289-99.

Molina MRAL, Wiener CD, Branco JC, Jansen K, Souza LDM, Tomasi E, et al. Prevalência de depressão em usuários de unidades de atenção primária. Rev Psiquiatr Clin. [Internet]. 2012 [citado em: 26 jun 2018]; 39(6):194-7. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832012000600003

Viana MC, Andrade LH. Lifetime prevalence, age and gender distribution and age-of-onset of psychiatric disorders in the São Paulo Metropolitan Area, Brazil: results from the São Paulo Megacity Mental Health Survey. Rev Bras Psiquiatr. [Internet]. 2012 [citado em: 26 jun 2018]; 34(3):249-60. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.rbp.2012.03.001

Gonçalves AMC, Teixeira MTB, Gama JRA, Lopes CS, Silva GA, Gamarra CJ. Prevalência de depressão e fatores associados em mulheres atendidas pela Estratégia de Saúde da Família. J Bras Psiquiatr. [Internet]. 2018 [citado em: 25 jun 2018]; 67(2):101-9. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0047-2085000000192

Yan XY, Huang SM, Huang CQ, Wu WH, Qin Y. Marital status and risk for late life depression: a meta-analysis of the published literature. J Int Med Res. [Internet]. 2011 [citado em: 25 jun 2018]; 39(4):1142-54. DOI: http://dx.doi.org/10.1177/147323001103900402

González ACT, Ignácio ZM, Jornada LK, Réus GZ, Abelaira HM, Santos MA, et al. Depressive disorders and comorbidities among the elderly: a population-based study. Rev Bras Geriatr Gerontol. [Internet]. 2016 [citado em: 25 jun 2018]; 19(1):95-103. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1809-9823.2016.14210

Cohen R, Paskulin LMG, Prieb RGG. Prevalência de sintomas depressivos entre idosos em um serviço de emergência. Rev Bras Geriatr Gerontol. [Internet]. 2015 [citado em: 25 jun 2018]; 18(2):307-17. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1809-9823.2015.14052

Nogueira EL, Rubin LL, Giacobbo SS, Gomes I, Cataldo Neto A. Rastreamento de sintomas depressivos em idosos na Estratégia Saúde da Família, Porto Alegre. Rev Saúde Pública [Internet]. 2014 [citado em: 25 jun 2018]; 48(3):368-77. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004660

Daré PK, Caponi SN. Cuidado ao indivíduo com depressão na atenção primária em saúde. ECOS [Internet]. 2017 [citado em: 25 jun 2018]; 7(1):12-24. Disponível em: http://www.periodicoshumanas.uff.br/ecos/article/view/1858/1419

Publicado

2018-08-13

Como Citar

Casaburi, L. E., Galera, S. A. F., Garcia, L. A. A., & Ferreira, L. A. (2018). Sintomatologia depressiva em usuários atendidos por uma Unidade Matricial de Saúde. Revista Família, Ciclos De Vida E Saúde No Contexto Social, 6, 628–636. https://doi.org/10.18554/refacs.v6i0.3131

Edição

Seção

Artigos originais