Descrições do processo saúde-doença-cuidado na perspectiva de usuários de um centro de atenção psicossocial
DOI:
https://doi.org/10.18554/refacs.v6i4.3290Palavras-chave:
Saúde mental, Doença crônica, Serviços de saúde mentalResumo
A pesquisa teve como objetivo descrever o processo saúde-doença-cuidado para usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Foram realizadas cinco entrevistas semiestruturadas, gravadas e transcritas na íntegra, no período de fevereiro e março do ano de 2015. Os resultados mostraram que os modelos biomédico e biopsicossocial emergiram no discurso dos entrevistados, principalmente ao falarem sobre saúde, já o conceito de doença foi associado a sofrimento e a preconceito social. O conceito de cuidado foi significado como um ato de responsabilidade próprio dos usuários, proporcionado pela equipe do CAPS e pela medicação. A partir desses resultados, propõe-se a reflexão sobre as práticas de cuidado em saúde mental ancoradas apenas no modelo biomédico, as quais podem produzir, como neste estudo, usuários que têm dificuldade de conviver socialmente com seus transtornos e que têm a terapia medicamentosa como um elemento central para o seu cuidado em saúde.Referências
Organização Mundial da Saúde. Livro de recursos da OMS sobre saúde mental, direitos humanos e legislação: cuidar, sim-excluir, não. Genebra: OMS; 2005. 257p.
Ministério da Saúde (Br). Saúde mental [Internet]. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2013 [citado em: 10 set 2017]. 171p. (Cadernos de Atenção Básica; 34). Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_34.pdf
Straub RO. Psicologia da saúde: uma abordagem biopsicossocial. 3ed. São Paulo: Artmed; 2014. 508p.
Almeida R, Duarte DM. Humores insensatos: teatro do oprimido e perspectivas de um criativo fazer coletivo. In: Ministério da Saúde (Br). Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, Coordenação de Saúde Mental. Saúde mental [Internet]. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2015 [citado em: 10 set 2017]. p. 503-509. (Caderno Humaniza SUS; 5). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_mental_volume_5.pdf
Delgado PG. Reforma psiquiátrica: conquistas e desafios. Rev EPOS. 2013; 4(2):1-3.
Frateschi MS, Cardoso CL. Saúde mental na atenção primária a saúde: avaliação sob a ótica dos usuários. Physis. [Internet]. 2014 [citado em 10 de set 2017]; 24(2):545-65. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312014000200012
Iriart C, Merhy EE. Disputas inter-capitalistas, biomedicalización y modelo médico hegemónico. Interface Comun Saúde Educ. [Internet]. 2017 [citado em 10 set 2017]; 21(63):1005-16. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622016.0808
Lyons AC, Chamberlain K. Health psychology: a critical introduction. Cambridge: Cambridge University Press; 2006. 454p.
Scliar M. História do conceito de saúde. Physis. 2007; 17(1):29-41.
Bizarria FPA, Tassigny MM, Oliveira NTG, Jesuíno, SLCS. Reflexões sobre diagnóstico psiquiátrico à luz da psicologia analítica. Estud Interdiscip Psicol. [Internet]. 2013 [citado em 10 set 2017]; 4(2):148-68. DOI: http://dx.doi.org/10.5433/2236-6407.2013v4n2p148
Silva JL. O processo saúde-doença e sua importância para a promoção da saúde. Informe-se em Promoção da Saúde [Internet]. 2006 [citado em 10 set 2017]; 2(1):3-5. Disponível em: http://www.professores.uff.br/jorge/wp-content/uploads/sites/141/2017/10/o-process.pdf
Ramos PF, Pio DAM. Construção de um projeto de cuidado em saúde mental na atenção básica. Psicol Ciênc Prof. 2010; 30(1):212-23.
Sordi LP, Bigatto KRS, Santos SG, Machado AL. Comorbidades em usuários de um serviço de saúde mental. Rev Port Enferm Saúde Mental. 2015; (2):89-94.
Ministério da Saúde (Br). Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil [Internet]. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2005 [citado em: 08 set 2017]. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf
Mcnamee S, Hosking DM. Research and social change: a relational constructionist approach. New York: Routledge; 2012. 142p.
Spink MJ, Brigagão J, Nascimento V, Cordeiro M, organizadores. A produção de informação na pesquisa social: compartilhando ferramentas. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais; 2014. 170p.
Batista NCS, Bernardes J, Menegon VSM. Conversas no cotidiano: um dedo de prosa na pesquisa. In: Spink MJ, Brigagão J, Nascimento V, Cordeiro M, organizadores. A produção de informação na pesquisa social: compartilhando ferramentas. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2014. p. 98-123.
Borges LO, Tamayo A. A estrutura cognitiva do significado do trabalho. Rev Psicol Organ Trab. [Internet]. 2001 [citado em 20 ago 2017]; 1(2):11-44. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-66572001000200002
Aguiar DA. Trabalho e saúde mental: a relação existente no cenário de um CAPS. REFACS. [Internet]. 2017 [citado em 10 set 2017]; 5(1):47-55. DOI: http://dx.doi.org/10.18554/refacs.v5i1.1912
Vasconcelos ZB, Oliveira ID, organizadores. Orientação vocacional: alguns aspectos teóricos, técnicos e práticos. São Paulo: Vetor; 2004. 206p.
Fonseca TMG, Jaeger RL. A psiquiatrização da vida: arranjos da loucura hoje. In: Ministério da Saúde (Brasil), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, Coordenação de Saúde Mental. Saúde mental [Internet]. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2015 [citado em 10 set 2017]. p. 23-40. (Caderno Humaniza SUS; 5). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_mental_volume_5.pdf
Travaglia AAS. Psicanálise e saúde mental, uma visão crítica sobre psicopatologia contemporânea e a questão dos diagnósticos. Psicol Rev. 2014; 23(1):31-49.
Ferrazza DA, Rocha LC, Luzio CA. Medicalização em um serviço público de saúde mental. Gerais (Univ Fed Juiz Fora) [Internet]. 2013 [citado em: 04 set 2017]; 6(2):255-65. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-82202013000200008
Spadini LS, Souza MCBM. A doença mental sob o olhar de pacientes e familiares. Rev Esc Enferm USP. 2006; 40(1):123-7.
Duarte Junior JF. A política da loucura. São Paulo: Papirus; 2008. 97p.
Silva RS, Brandalise F. O efeito do diagnóstico psiquiátrico sobre a identidade do paciente. Mudanças. 2008; 16(2):123-9.
Silva TT. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes; 2000. 133p.
Alves TC, Oliveira WF, Vasconcelos EM. A visão de usuários, familiares e profissionais acerca do empoderamento em saúde mental. Physis (Rio J) [Internet]. 2013 [citado em: 14 set 2017]; 23(1):51-71. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/physis/v23n1/04.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.