Expressões de luto no início da pandemia de COVID-19 veiculadas em jornais do Brasil

Resumo

Trata-se de uma pesquisa documental descritiva do tipo retrospectivo com abordagem quantitativa, considerando os meses de março a junho de 2020, com o objetivo de demonstrar as expressões de luto em veículos de comunicação acerca da COVID-19. Foram coletadas e analisadas matérias dos 12 principais jornais de circulação no país, a saber: Zero Hora; A Tarde; UOL; O Povo; Estado de São Paulo; Correio Brasiliense; R7; O Globo; Super Notícia; G1; Terra; Folha de São Paulo. Foram selecionadas 67 matérias, das quais o R7 teve participação de 11,9%, seguido do UOL, com 10,4%. Em relação ao mês das publicações pelos jornais: março com apenas 1,5%; abril 25,4%; maio 43,3% e junho 29,9%. Quanto aos tipos de recorte, 56,7% dos escritos eram notícias, 28,4% reportagens e 14,9% entrevistas. Os tipos de luto mais comuns foram por morte apresentando 85,1%, perda de algo estimado 13,4% e perda da rotina 1,5%. Dos tipos de expressões, a religiosa alcançou 23,9%, seguida da emocional 20,9%, política e outros, ambos com 17,9%. Evidenciou-se que na mídia, o luto ainda é um tabu, recebendo pouco destaque e aparecendo como tema relevante apenas em situações de tragédias (vidas perdidas). As expressões ‘óbitos’ e ‘perdas’ estavam sempre conectadas ao findar-se da vida, ainda que durante a pandemia se tenha também mortes de sonhos, trabalhos, qualidade de vida, e inúmeras outras coisas que talvez não tenham como serem refeitas ou substituídas.