Autolesão em estudantes adolescentes de uma escola pública
DOI:
https://doi.org/10.18554/refacs.v10i1.5000Palavras-chave:
Automutilação, Adolescente, Estudantes, Saúde mental.Resumo
Estudo descritivo de caráter exploratório que fez uso combinado de métodos quantitativos e qualitativos, realizado num município do interior mineiro, em 2019, com objetivo de analisar a ocorrência e as características da autolesão entre adolescentes de uma escola pública. Aplicou-se questionário de autorrelato baseado na Escala de Comportamento de Autolesão, e a interpretação dos dados se deu por estatística descritiva e pela análise de conteúdo temática. Participaram 112 estudantes do Ensino Fundamental II, dos quais 63% do sexo feminino; entre 11 a 16 anos; 59% relataram ter realizado autolesão pelo menos uma vez na vida, principalmente se morder, cutucar ferimento, se bater e se cortar; em 56% a autolesão ocorreu nos últimos 12 meses. Emergiram três categorias: Autolesão e intenção suicida; Razões da autolesão; e Diálogos e narrativas dos estudantes sobre autolesão. O alívio de sentimento negativo foi a principal explicação para autolesão, associando à depressão, bullying e problemas familiares. As/os pesquisadas/os consideram a autolesão um problema relevante, polêmico e pouco abordado pela escola. A abertura de espaços de diálogos na escola para esta demanda mostra-se essencial para o enfrentamento da autolesão em escolares.
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