Ter e ser familiar de pessoa privada de liberdade: repercussões na experiência de mães e companheiras
DOI:
https://doi.org/10.18554/refacs.v8i3.4028Palavras-chave:
Prisioneiros, Família, Mulheres, Prisões.Resumo
O presente estudo tem por objetivo analisar as repercussões imateriais e materiais de privação de liberdade de familiar postas na experiência de mães e companheiras. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória, realizada com mães e companheiras de pessoas privadas de liberdade de uma Penitenciária Estadual Masculina do Estado de Mato Grosso em 2018. Para a coleta dos dados, valeu-se das técnicas do grupo focal e da entrevista compreensiva, sendo uma complementar a outra, utilizando roteiros com questões temáticas e flexíveis, adotando-se a análise temática não tradicional para o tratamento dos dados. Foram construídas duas categorias: Repercussões imateriais do aprisionamento de familiar: continuidades e descontinuidades na identidade feminina e os efeitos sociomorais; e, Repercussões materiais do aprisionamento de familiar. Verificou-se as seguintes repercussões: construção da identidade social da mulher (persistência, constrangimentos, humilhações, sacrifícios), sociomorais (vergonha, estigmatização, exclusão social) e materiais (aumento das despesas domésticas, dificuldade de acesso ao Auxílio-Reclusão). O aprisionamento ultrapassa e atinge os familiares, tensionando valores, normas, deveres e obrigações sociais, morais e financeiras.
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