Autopercepção de saúde entre adultos com ausência dentária, a partir do modelo biopsicossocial da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

Resumo

Objetivo: identificar a funcionalidade de adultos com ausência dentária, através de sua autopercepção de saúde bucal, num serviço de pronto-socorro odontológico. Método: pesquisa observacional transversal e quantitativa, realizado em 2021, através de entrevista, no serviço de pronto socorro odontológico da Universidade Estadual de Londrina. A avaliação das funções e estruturas, limitação das atividades e restrição da participação dos usuários com ausências dentárias foi realizada por meio do questionário Oral Health Impact Profile-14 e adaptado ao quadro de Umakoshi, que relacionou com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Para comparação de amostras independentes foram realizados os testes não paramétricos de Mann-Whitney U, ANOVA de Kruskal Wallis e Qui-Quadrado.  Foi considerado um nível de significância de 5%. Resultados: participaram 85 usuários, com média de idade de 38,96 anos, sexo feminino (57,65%), em união estável (54,12%), fundamental completo (35,29%), com emprego (51,76%) e com renda de 1 a 3 salários mínimos (64,71%). 96,5% autorrelatam comprometimento da função relacionada à dor, 91,8% algum comprometimento na função de ingestão e 96,5% alteração na função de temperamento e personalidade. Na função gustativa 74,11% responderam não ter alteração. Conclusão: os indivíduos que frequentam o Pronto Socorro Odontológico da Universidade Estadual de Londrina, segundo seus autorrelatos, possuem uma pior percepção de funcionalidade quando se refere à dor, assim como as funções de temperamento e personalidade, o ato de comer e lidar com estresse pela ausência dentária foram as maiores limitações de atividade.