Os gêneros orais nos livros didáticos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18554/rs.v10i2.5933

Resumo

Este trabalho tem por objetivo apresentar os resultados de uma análise documental, de natureza descritivo-interpretativa de como os gêneros orais são trabalhados nos livros didáticos de Língua Portuguesa (LDLP) do 6º ano do Ensino Fundamental das seis coleções aprovadas no PNLD de 2020. O presente estudo justifica-se pela importância dos gêneros orais nas diferentes práticas sociais, o que é materializado em diferentes obras e documentos oficiais, como na BNCC, em que a oralidade é destacada como um dos quatro eixos para o ensino de LP. Além disso, justifica-se por tomar como material de análise a principal ferramenta de trabalho de grande parte dos docentes das escolas públicas brasileiras: o livro didático. Essa pesquisa embasou-se em estudos sobre os gêneros do discurso e sobre as abordagens de gênero no ensino, especialmente dos gêneros orais (BAKHTIN, 2000; BUNZEN, 2004; BEZERRA, 2015, 2020; TRAVAGLIA, 2011; DOLZ; SCHNEUWLY, 2004; TRAVAGLIA et al, 2017; DIONÍSIO; CAVALCANTI, 2015; DELL’ISOLA, 2021; FERREIRA, 2019; MARCUSCHI, 2003; SANTOS; MENDONÇA; CAVALCANTE, 2007).

Palavras-chave: Gêneros orais; BNCC; Livros didáticos de Língua Portuguesa; PNLD.

Biografia do Autor

Elizete Rodrigues de Araujo, UFU

Possui graduação em Letras - Português e Inglês pela Universidade de Brasília (UnB). Atualmente é professora da Educação Básica pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), com experiência na área do ensino de Língua Portuguesa e Língua Inglesa em todos os anos do Ensino Fundamental II, do Ensino Médio e também na Educação de Jovens e Adultos (2º e 3º segmentos). Atuou também como supervisora escolar no 3º Ciclo (Ensino Fundamental - Anos Finais) de 2017 a 2019 e na EJA (2009-2016), com ênfase no ensino voltado para a pedagogia de projetos. Possui formação em gamificação e metodologias ativas. Mestranda Profissional em Letras - Universidade Federal de Uberlândia (UFU), na linha de Estudos da Linguagem e Práticas Sociais. Membro do grupo de pesquisa em Sociogeolinguística (GPS/UFU), cadastrado no CNPq.

Patrícia Sousa, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Possui graduação em Letras pela Universidade Católica de Brasília (2009). Atualmente é professora - Secretaria de Educação do Distrito Federal. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Especial, atuando como professora em Sala de Recursos de Altas Habilidades/ Superdotação em Linguagens. Mestranda do Programa de Mestrado em Letras da Universidade Federal de Uberlândia (2021/2022).

Maria Aparecida Resende Ottoni, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

MARIA APARECIDA RESENDE OTTONI possui graduação em Letras - Português/Inglês pela Universidade Federal de Uberlândia (1988), mestrado em Linguística pela Universidade Federal de Uberlândia (1999) e doutorado, também em Linguística, área de concentração Linguagem e Sociedade, pela Universidade de Brasília (2007). Fez um estágio de doutoramento na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e estágio de pós-doutoramento na Universidade de Brasília. Atualmente, é professora associada do Instituto de Letras e Linguística da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). É pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (PPGEL/UFU), orientando na linha de pesquisa Linguagem, sujeito e discurso, e do Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS/UFU), orientando na linha de pesquisa Estudos da Linguagem e Práticas sociais. É líder do Grupo de Pesquisas e Estudos em Análise de Discurso Crítica e Linguística Sistêmico-Funcional, membro do Núcleo de Estudos de Linguagem e Sociedade (NELiS/Ceam/UnB) e do GT Gêneros textuais/discursivos da ANPOLL. Seu trabalho é voltado para a Análise de Discurso Crítica, letramento, gêneros do discurso, identidades e ensino de Língua Portuguesa.

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Publicado

2021-12-31

Como Citar

Rodrigues de Araujo, E., da Costa Sousa, P. ., & Resende Ottoni, M. A. . (2021). Os gêneros orais nos livros didáticos. Revista Do Sell, 10(2), 77–95. https://doi.org/10.18554/rs.v10i2.5933