Caracterização dos resíduos sólidos urbanos de Novo Horizonte - SP: uma avaliação socioeconômica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18554/rbcti.v2i2.3025

Palavras-chave:

composição gravimétrica, destinação final, perfil socioeconômico, segregação de resíduos, gravimetric composition, final destination, socioeconomic profile, waste segregation.

Resumo

No Brasil, a taxa de geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) tem superado a de crescimento populacional, e está diretamente relacionada a fatores socioeconômicos. Este estudo objetivou realizar a análise gravimétrica dos RSU de Novo Horizonte-SP, e correlacionar características socioeconômicas da população à geração, segregação e descarte de resíduos. A geração per capita de RSU foi de 0,7kg/hab/dia, desconsiderando resíduos de poda de árvores. A composição dos resíduos foi de 56,2% de matéria orgânica, 7,4% de papel/papelão/Tetra Pak, 3,8% de plástico, 1,1% de metal, 0,3% de vidro e 31,2% de rejeito. Cerca de 68,5% dos resíduos encaminhados diariamente para a estação de transbordo poderia ser tratado ou reaproveitado por compostagem, digestão anaeróbia ou reciclagem. O levantamento socioeconômico foi realizado com 384 moradores por meio de entrevista guiada por questionário. Houve correlação negativa entre geração per capita de RSU, escolaridade (-0,99) e renda familiar (-0,85). Apesar do município disponibilizar coleta seletiva e de resíduos especiais como lâmpadas, baterias, eletrônicos e de construção civil, grande parte da população ainda faz o descarte inadequado.

Biografia do Autor

Maria Fernanda Mendonça Briguenti, Atual Ambiental LDTA ME, Novo Horizonte, São Paulo

Engenheira Ambiental

Deusmaque Carneiro Ferreira, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Departamento de Engenharia Ambiental. Tem experiência na área de Química com ênfase nos seguintes temas: Produção de biocombustíveis, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, biossorção e dessorção de metais tóxicos, extração e caracterização de produtos naturais de interesse ambiental, desenvolvimento de novas plataformas para imobilização de biomoléculas na superfície transdutora de biossensores.

Ana Paula Milla dos Santos Senhuk, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Departamento de Engenharia Ambiental. Área de atuação: saúde ambiental; biomonitoramento da poluição ambiental, educação ambiental.

Ana Carolina Borella Marfil Anhê, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Departamento de Engenharia Ambiental. Área de atuação: saúde ambiental; biomonitoramento da poluição ambiental, biorremediação.

Referências

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10007. Amostragem de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

ABRELPE. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2014. São Paulo: ABRELPE. 118 p., 2015. Disponível em: http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2014.pdf. Acesso em: 20 set. 2017.

ANP. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Biometano. ANP, 2017. Disponível em: http://www.anp.gov.br/wwwanp/biocombustiveis/biometano. Acesso em 20 set. 2017.

BARROS, R.T.V. Elementos de gestão de resíduos sólidos. Belo Horizonte: Tessitura, 2012.

BRASIL. Lei Federal n° 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União. p. 3, ago. 2010.

CAMPOS, H.K.T. Renda e evolução da geração per capita de resíduos sólidos no Brasil. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 17, n. 2, p. 171-180, 2012.

COELHO, M.C.N. Estado e políticas públicas na Amazônia: gestão do desenvolvimento regional. Belém: CEJUP; FPA/NAEA, v. 3, n. 1, p. 234-241, 2002.

CETESB. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Plano Estadual de Resíduos do Estado de São Paulo 2014. São Paulo: Cetesb, 2015. 350 p. Disponível em: http://www.ambiente.sp.gov.br/blog/2014/10/29/plano-de-residuos-solidos-do-estado-de-sao-paulo-e-lancado/. Acesso em: 20 set. 2017.

COSTA, L.E.B. et al. Gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos domiciliares e perfil socioeconômico no município de Salinas, Minas Gerais. Revista Ibero‐americana de Ciências Ambientais, v. 3, n. 2, p. 73-90, 2012.

DENAFAS, G. et al. Seasonal variation of municipal solid waste generation and composition in four East European cities. Resources, Conservation and Recycling, v. 89, n. 1, p. 22-30, 2014.

FONSECA, J.S.; MARTINS, G.A. Curso de Estatística. São Paulo: Atlas, 2011.

FRANCA, F.P.O. et al. Correlação entre rendimento e geração de resíduos sólidos na região metropolitana de São Paulo. Saúde & Meio Ambiente, v. 2, n. 1, p. 84-92, 2013.

FRANKLIN, A.M. et al. Antibiotics in agrosystems: introduction to the special section. Journal of Environmental Quality, v. 45, p. 377–393, 2016.

GIDARAKOS, E.; HAVAS, G.; NTZAMILIS, P. Municipal solid waste composition determination supporting the integrated solid waste management system in the island of Crete. Waste Management, v. 26, n. 1, p. 668-679, 2006.

HOORNWEG, D.; BHADA-TATA, P. What a Waste: A Global Review of Solid Waste Management. Urban development series. World Bank: Washington, DC, 2012. Disponível em: http://www.openknowledge.worldbank.org/handle/10986/17388License: CC BY 3.0 IGO. Acesso em: 09 abr. 2018.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. Rio de Janeiro: IBGE, 2017. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=353350. Acesso em: 20 set. 2017.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/calendario.shtm. Acesso em 20 set. 2017.

LEITE, V.D. et al. Tratamento anaeróbio de resíduos sólidos orgânicos com alta e baixa concentração de sólidos. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 13, n. 2, p. 190–196, 2009.

LIMA, P.G. et al. Evaluation of a landfill by means of the Solid Waste Quality Index. Brazilian Journal of Biosystems Engineering, v. 11, n. 1, p. 88-106, 2017.

MAIA, H.J.L. et al. Política Nacional de resíduos sólidos: um marco na legislação ambiental brasileira. Polêmica, v. 13, n. 1, p. 1070-1080, 2014.

MMA. Ministério do Meio Ambiente. Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Brasília: MMA, 2012. 102p. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/253/_publicacao/253_publicacao02022012041757.pdf. Acesso em: 20 set. 2017.

MMA. Ministério do Meio Ambiente. Plano Simplificado de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PSGIRS. 3. ed. Brasília: MMA, 2016.

MONTEIRO, J.H.P. et al. Manual Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. 15. ed. Rio de Janeiro: IBAM. 2001. Disponível em: http://www.resol.com.br/cartilha4/manual.pdf. Acesso em: 20 set. 2017.

MUCELIN, C.A.; BELLINI, M. Lixo e impactos ambientais perceptíveis no ecossistema urbano. Revista Sociedade & Natureza, v. 20, n. 2, p. 111-124, 2008.

OLIVEIRA, M.M.; GONÇALVES, M.F.S. Perspectivas do óleo residual de fritura: uma abordagem econômica, jurídica e socioambiental. Revista Espacios, v. 37, n. 25, p. 17. 2016.

PEREIRA, G.O.T. et al. Associações entre grau de instrução e renda no comportamento de separação de materiais recicláveis dos munícipes de Ilha Solteira-SP. BioEng, v. 6, n. 1, p. 18-29, 2012.

PNUD. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Estudo sobre o Potencial de Geração de Energia a partir de Resíduos de Saneamento (lixo, esgoto), visando incrementar o uso de biogás como fonte alternativa de energia renovável. Produto 6 – Resumo Executivo. São Paulo: PNUD, 2010.

PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVO HORIZONTE. Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos de Novo Horizonte. Novo Horizonte, 2013.

REZENDE, J.H. et al. Composição gravimétrica e peso específico dos resíduos sólidos urbanos em Jaú (SP). Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 18, n. 1, p. 1-8, 2013.

ROCHA, J.C., ROSA, A.H.; CARDOSO, A.A. Introdução à química ambiental. 2. ed. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2009.

RONG, L. et al. Assessment of the potential utilization of municipal solid waste from a closed irregular landfill. Journal of Cleaner Production, v. 18, n. 2, p. 1-7, 2015.

ROSA, A.P. et al. Potencial energético e alternativas para o aproveitamento do biogás e lodo de reatores UASB: estudo de caso Estação de tratamento de efluentes Laboreaux (Itabira). Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 21, n. 2, 2016.

SILVA, G.V. et al. Política nacional de resíduos sólidos e sua implementação no município de rio Pomba/MG. Holos, v. 32, n. 1, p. 202-214, 2016.

SIQUEIRA, M.M.; MORAES, M.S. Resíduos sólidos urbanos e os catadores de lixo. Ciência & Saúde Coletiva, v. 14, n. 6, p. 2115-2122, 2009.

SIZIRICI, B.; TANSEL, B. Parametric fate and transport profiling for selective groundwater monitoring at closed landfills: a case study. Waste Management, v. 38, n. 1, p. 263-270, 2015.

XIAO, Y. et al. The composition, trend and impact of urban solid waste in Beijing. Environment Monitoring and Assessment, 2007. DOI 10.1007/s10661-007-9708-0.

Downloads

Publicado

2018-10-03

Como Citar

Briguenti, M. F. M., Ferreira, D. C., Senhuk, A. P. M. dos S., & Anhê, A. C. B. M. (2018). Caracterização dos resíduos sólidos urbanos de Novo Horizonte - SP: uma avaliação socioeconômica. Revista Brasileira De Ciência, Tecnologia E Inovação, 2(2), 139–144. https://doi.org/10.18554/rbcti.v2i2.3025

Edição

Seção

Artigos