Saneamento básico: uma perspectiva da gestão nas grandes cidades interioranas do Brasil

Autores

  • Rudmir Rogerio de Camargo Faxina Aluno do Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental, Universidade Federal de Uberlândia.
  • Josiane de Souza Calisto Aluna do Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental, Universidade Federal de Uberlândia.
  • Lucas Ferreira Santos Aluno do Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental, Universidade Federal de Uberlândia.
  • Sueli Moura Bertolino Professora do Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental, Universidade Federal de Uberlândia.

DOI:

https://doi.org/10.18554/rbcti.v3i2.3310

Palavras-chave:

Abastecimento de água, Esgotamento sanitário, Gestão de resíduos sólidos, Correlações estatísticas.

Resumo

O saneamento básico pode ser caracterizado como um direito e dever fundamental do indivíduo e da coletividade, envolvendo um conjunto de serviços de responsabilidade pública.  O objetivo deste trabalho foi analisar a situação atual do saneamento básico nos maiores municípios interioranos do Brasil e elucidar as principais correlações desses serviços com índices importantes, como o Produto Interno Bruto, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e internações por doenças de veiculação hídrica. As cidades selecionadas foram: Campinas, Sorocaba, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Feira de Santana, Joinville, Londrina, Serra, Juiz de Fora e Uberlândia. Foram analisados estatisticamente dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento e Sistema de Informações Hospitalares do SUS, no período de 2006 a 2016. Foi observado um consumo médio de água variado, de 100,62 L/hab./dia em Feira de Santana a 278,71 L/hab./dia em Serra. Os índices de perda no abastecimento foram elevados, a maior média foi de 49,41% em Joinville. A coleta de esgoto em Joinville e Serra não chega a 20% e em Juiz de Fora é inferior a 7%. Foram registradas 79.395 hospitalizações por doenças de veiculação hídrica e ao correlacionar o IDHM com o índice de coleta de esgoto, notou-se uma relação linear direta e significativa. A abrangência da coleta seletiva não chega a 40% da população urbana em metade das cidades. Os resultados revelam que estes municípios ainda possuem falhas na gestão, além de indicar que muito há de se melhorar em relação ao saneamento básico.

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Publicado

2019-02-04

Como Citar

Faxina, R. R. de C., Calisto, J. de S., Santos, L. F., & Bertolino, S. M. (2019). Saneamento básico: uma perspectiva da gestão nas grandes cidades interioranas do Brasil. Revista Brasileira De Ciência, Tecnologia E Inovação, 3(2), 115–130. https://doi.org/10.18554/rbcti.v3i2.3310

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Artigos