RELAÇÃO ENTRE RELIGIÃO, ESPIRITUALIDADE E SAÚDE:

PROBLEMÁTICAS E AVANÇOS

Resumo

Esse artigo visa compreender a relação entre religião, espiritualidade e saúde, tendo em vista sua influência na qualidade de vida dos indivíduos. O contexto histórico é apresentado para embasar sua relevância na atualidade, que abrange a indústria farmacêutica, os hábitos da população e a sua forma de lidar com a saúde. A metodologia utilizada consiste em um estudo exploratório da literatura nas bases de dados científicas Google Scholar, Scielo, Pubmed e revistas científicas digitais. Para isso, foram utilizados 26 descritores, além de operadores booleanos, do ano de 2008 até o ano de 2024. A pesquisa apontou forte correlação entre a religião, a espiritualidade e a manutenção da saúde no Brasil desde a era colonial, destacando a prevalência da interação humana com o meio natural em suas práticas, saberes e credos. Advinda de medicamentos, rituais ou hábitos cotidianos, a prevalência dos conhecimentos tradicionais, mesclados a costumes de determinados credos e matrizes religiosas, foram a base de várias pesquisas que determinaram sua comprovação científica no que concerne seus benefícios à saúde. Além disso, o estudo destaca que a etnobotânica, quando combinada com a valorização de conhecimentos tradicionais, possui ação fundamental na promoção de políticas públicas para a manutenção da saúde física e mental da população. Certos desafios ainda são presentes para a integração da saúde com a religiosidade, como a alienação religiosa e a resistência para a adesão a tratamentos médicos e a medidas preventivas. Ademais, percebe-se a importância de um incremento na visibilidade e na participação do Brasil no desenvolvimento de pesquisas científicas que se utilizam de plantas medicinais para a indústria farmacêutica, pois este é um dos países com maior potencial em biodiversidade no mundo. A construção de uma boa qualidade de vida possui estreita relação com a espiritualidade, pois esta molda seus comportamentos de forma a influir no seu estilo de vida e em sua forma de lidar com enfermidades físicas e psicológicas. A dificuldade em encontrar artigos científicos específicos evidencia a negligência do assunto na atualidade. O tema abordado, portanto, se mostrou de suma importância para o tratamento da população de forma humanizada, independentemente da sua religiosidade e espiritualidade e para o reconhecimento da contribuição dos saberes tradicionais para a manutenção da saúde.