MORCEGOS DE ITAPERUNA, NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, SUDESTE DO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.18554/acbiobras.v2i1.8648Palavras-chave:
Riqueza, Assembleia, InventárioResumo
A fauna de morcegos no Estado do Rio de Janeiro ainda apresenta lacunas no conhecimento, principalmente para o norte do Estado. Este artigo tenta sanar essa lacuna e aumenta algumas espécies para a lista final do estado. Para a captura, redes de neblina foram armadas com o auxílio de estacas de alumínio em diferentes pontos de amostragem e no nível do solo. Para cada noite de captura, seis a oito redes foram esticadas ao anoitecer e coletadas após cerca de quatro horas. A escolha da dimensão e quantidade de redes dependeu das condições do local amostrado. Além disso, uma busca ativa foi realizada em locais que poderiam ser usados como abrigos para colônias de morcegos. Foram encontradas 12 espécies, inseridas em três famílias: Phyllostomidae, Molossidae, Vespertilionidae e cinco subfamílias: Carollinae (duas espécies), Desmodontinae (1), Glossophaginae (1), Stenodermatinae (4); Vespertilionidae (1), Phyllostominae (1) e Molossidae (2). A maioria das espécies de Chiroptera registradas neste estudo apresenta uma ampla distribuição geográfica, ocorrendo também em outros biomas brasileiros. Existem 77 espécies de morcegos no Estado do Rio de Janeiro, e nosso estudo descobriu apenas 16,88% da diversidade do estado. De acordo com o estimador de riqueza, 70,92% da diversidade foi encontrada. Esses valores demonstram como a diversidade pode ser ainda maior do que a encontrada neste estudo. No entanto, ainda acredita-se que esses valores estão muito abaixo da realidade. A reduzida riqueza não era esperada, porque as áreas estão próximas a áreas de reserva de vida selvagem, como a APA Bacia do Rio São João, a Estação Ecológica de Guaxindiba e o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.
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