O desmonte da política de saúde sob a gestão das organizações sociais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18554/refacs.v8i0.5029

Palavras-chave:

Política de saúde, Privatização, Organização social.

Resumo

Esta é uma reflexão realizada no período entre outubro de 2019 e abril de 2020 com o objetivo de analisar as contrarreformas na política de saúde a partir das recorrentes privatizações no âmbito da política, com enfoque às Organizações Sociais da Saúde.  O estudo considerou 17 referencias e, é apresentado em duas vertentes temáticas: a privatização da saúde e a valorização do capital; e, as organizações sociais na gestão da saúde. Verificou-se a subsunção do Sistema Único de Saúde às macrodeterminações do capital financeiro. Como expressão dos ataques do capital, ressaltam-se os entraves para garantir uma saúde estatal e de qualidade, a partir das diversas formas de privatização e apropriação dos recursos públicos, especificamente da saúde. As Organizações Sociais têm sido apresentadas como uma nova estratégia de ampliar a cobertura assistencial e modernizar a gestão dos serviços de saúde, porém, na prática se configura como novo modelo de gestão privatizante sem compromisso com os princípios defendidos pelo Sistema Único de Saúde.

Biografia do Autor

Nathália Moreira Albino, Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Assistente Social. Especialista em Políticas Públicas e Sociais da Saúde. Mestre em Política Social. Doutoranda em Serviço Social pela Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Andréia Aparecida Reis de Carvalho Liporoni, Programa de Pós Graduação em Serviço Social da UNESP

Assistente Social. Especialista em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes. Mestre em Ciências Médicas. Doutora em Serviço Social. Pós Doutora em Ciências Sociais Aplicadas. Professora do Programa de Pós Graduação em Serviço Social da UNESP

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Publicado

2020-11-13

Como Citar

Albino, N. M., & Liporoni, A. A. R. de C. (2020). O desmonte da política de saúde sob a gestão das organizações sociais. Revista Família, Ciclos De Vida E Saúde No Contexto Social, 8, 1099–1106. https://doi.org/10.18554/refacs.v8i0.5029