“O PASTICHEIRO”: A INSTAURAÇÃO DO NOVO PLAGIADOR NA ESCRITA ACADÊMICA
DOI:
https://doi.org/10.18554/ifd.v6i2.4131Palavras-chave:
enunciação, texto acadêmico, intertextualidade, plágio, escritaResumo
Neste trabalho analisaremos e discutiremos textos acadêmicos que, embora sigam formalmente a estruturação textual, apresentam uma mistura de diferentes autores e seus escritos de procedência indefinida. Mais especificamente, trata-se de uma análise de textos-pastiche que, pelo fato de respeitarem minimamente as regras de citação acadêmica, não constituem-se como plágio, mas cujos enunciados demonstram semiótica e semanticamente direta apropriação da pesquisa alheia com a intenção de apresenta-la como sua. Seguindo esse pensamento, a nossa questão de pesquisa é a seguinte: Como descrever um texto acadêmico que, mesmo ao seguir os preceitos formais predefinidos pela escrita acadêmica, acaba mostrando muitos elementos enunciativos pertencentes a outros autores, podendo assim considerá-lo um pastiche? Para responder a essa questão, discutiremos o conceito-chave - o próprio conceito de pastiche como definido por Jameson (1984) e Diniz e Munhoz (2011), além de abordar a teoria de enunciação que encontramos nos trabalhos de Benveniste (2006), nomeadamente os conceitos de unidade semiótica e semântica, relacionando-os à intertextualidade baseada nos trabalhos de Fairclough (2001) e Koch (2004). O objetivo é mostrar como a escrita de trabalhos, que não apresentam transgressões explícitas da ordem formal de um texto acadêmico, pode pelas semelhanças semânticas e semióticas, transformar-se em uma miscelânea textual que não plagia, mas se apropria da produção científica do outro como se fosse um simples processo combinatório. Para isso, selecionamos, como material de análise, um pastiche em forma de trabalho acadêmico, tratando o tema de plágio na universidade e três textos originais usados na realização do pastiche.
Referências
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VALENTE, Décio. O plágio. São Paulo: Livraria Farah, 1986.
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